Amparada pela Lei Federal nº 12.723/2012 e regulamentada pela Instrução Normativa RFB nº 1.799/2018, a instalação de Free Shops em cidades-gêmeas de fronteira se tornou uma possibilidade real para municípios como o nosso, que fazem divisa com países vizinhos. E agora, depois de anos de espera e expectativa, essa promessa começa a sair do papel. A cidade respira esperança. A população enxerga nessa novidade a chance de mais empregos, mais renda e novas oportunidades.

Inspirados por exemplos como Rivera, no Uruguai, que prosperou com o turismo de compras, e Foz do Iguaçu, que equilibrou Free Shops com comércio tradicional, Cáceres se prepara para fazer história. A loja franca funcionará nos moldes dos duty free de aeroportos internacionais, oferecendo produtos nacionais e importados com isenção ou redução de impostos — uma vantagem competitiva que atrai consumidores brasileiros e estrangeiros.

Com isso, nossa economia se aquece. Visitantes da Bolívia, de outras regiões de Mato Grosso e até de estados vizinhos terão motivos para vir a Cáceres. Eles não apenas comprarão no Free Shop, mas também se hospedarão, se alimentarão, abastecerão seus veículos e circularão por nossa cidade. Isso impulsiona restaurantes, hotéis, mercados, postos de gasolina, salões de beleza e o comércio informal. Todos ganham.

Outro ponto forte está na geração de empregos. Desde a construção até o funcionamento da loja, serão necessários profissionais de várias áreas: vendedores, caixas, estoquistas, seguranças, motoristas, técnicos de informática, contadores e tantos outros. Um novo leque de possibilidades se abre para jovens e adultos que hoje enfrentam o desemprego.

Mas o Free Shop não é apenas uma vitrine de produtos — é um empreendimento de alta exigência técnica e legal. Para abrir uma loja franca, o empresário precisa ter capital social mínimo de R$ 2 milhões, sistema de controle integrado com a Receita Federal, alvarás em dia e regularidade fiscal absoluta. Isso garante que o negócio funcione com seriedade e dentro da legalidade. As compras serão limitadas a US$ 500 por CPF por mês, com rastreamento no sistema da Receita, o que evita abusos e garante o equilíbrio comercial.

Ainda assim, é preciso cuidado. A prefeitura deve se preparar para receber esse novo fluxo, investindo em infraestrutura, capacitação profissional e diálogo constante com o comércio tradicional, para que não haja prejuízos àqueles que mantêm há décadas o sustento da cidade. A Câmara de Vereadores e os conselhos de desenvolvimento local também terão papel fundamental no acompanhamento e na regulamentação desse processo.

A instalação do Free Shop é, portanto, uma grande vitória para Cáceres — uma vitória de todos. De quem acreditou, de quem lutou, de quem sonha com dias melhores. Agora é hora de transformar essa esperança em realidade. Com planejamento, responsabilidade e união, a fronteira que um dia foi apenas linha divisória, hoje se transforma em ponte para o progresso. Que venha o novo tempo. Que venham as oportunidades. Porque Cáceres merece.