Mato Grosso mantém proibição da pesca entre os meses de outubro a janeiro para proteger reprodução dos peixes
Data:16/04/2025 - Hora:08h13
Reprodução
O Conselho Estadual de Pesca de Mato Grosso (Cepesca) decidiu manter o tradicional período de defeso da piracema, quando a pesca fica proibida para garantir a reprodução das espécies nos rios do estado. A proibição será válida entre os dias 1º de outubro de 2025 e 31 de janeiro de 2026 e a resolução oficial será publicada no Diário Oficial.
A medida, já conhecida por pescadores e comunidades ribeirinhas, continua valendo para todas as bacias hidrográficas de Mato Grosso — Paraguai, Amazonas e Araguaia-Tocantins —, com exceção apenas para a pesca de subsistência, aquela praticada por populações tradicionais, de forma artesanal e exclusivamente para consumo próprio, sem fins comerciais.
A manutenção do período foi aprovada por unanimidade durante a reunião do conselho realizada na última quinta-feira (10). A decisão se baseia em estudos técnicos conduzidos pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), que reforçam a importância da proteção durante esses meses.
O pesquisador Claumir Muniz, responsável pela apresentação dos dados, destacou que entre os meses de outubro e dezembro ocorre o auge da reprodução dos peixes, com probabilidade reprodutiva que chega a 80%. Já os meses de janeiro e fevereiro ainda apresentam atividade reprodutiva, embora em menor intensidade, o que justifica a manutenção da proteção até o fim de janeiro.
Muniz também mostrou os avanços nas coletas realizadas entre 2023 e 2024, com a ampliação dos pontos de monitoramento nas bacias Amazônica e do Pantanal e a construção de um banco de dados com ovos e larvas dos rios Sepotuba, Cabaçal, Jauru e Paraguai. Outra iniciativa em curso é o mapeamento de sítios de desova, locais estratégicos onde as espécies depositam seus ovos e que poderão ser protegidos de forma mais eficaz no futuro.
A decisão do Cepesca foi recebida com elogios pelos conselheiros e ambientalistas, que destacaram a importância de políticas públicas baseadas em evidências científicas.
A piracema é considerada uma das medidas mais importantes para preservação da biodiversidade aquática. Ao garantir um período de descanso para os rios e suas espécies, o estado busca equilibrar a conservação ambiental com o uso sustentável dos recursos naturais — assegurando que as futuras gerações ainda possam desfrutar da riqueza dos ecossistemas mato-grossenses.
fonte: Da Redação
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