Diretora administrativa: Rosane Michels
Sábado, 22 de Março de 2025
Pagina inicial Utimas notícias Expediente High Society Galeria Fale conosco
juba outra
República em Crise: Quando os princípios se confrontam com a realidade
Data:15/11/2024 - Hora:07h18
República em Crise: Quando os princípios se confrontam com a realidade
Reprodução Web

O dia 15 de novembro marca a Proclamação da República no Brasil, um momento que, em 1889, simbolizou a busca por um sistema de governo baseado em liberdade, igualdade e justiça social. A república, fundada no ideal de que o poder pertence ao povo e deve ser exercido em prol do bem comum, trouxe consigo a promessa de um país guiado pela democracia, pela ética pública e pela transparência nas instituições. No entanto, mais de um século depois, os princípios republicanos que deveriam nortear o Brasil frequentemente parecem distantes da realidade.

Em uma república verdadeira, o poder é exercido em nome dos interesses coletivos, e a honestidade e a transparência são valores fundamentais na gestão pública. No entanto, escândalos de corrupção têm reiteradamente abalado a confiança dos cidadãos nas instituições brasileiras. Casos de desvio de verbas públicas, enriquecimento ilícito e falta de responsabilidade na gestão de recursos comprometem a legitimidade de nossos representantes. Ao invés de promover o bem-estar social, muitos governantes são flagrados usando o poder em benefício próprio e de grupos restritos, desvirtuando o conceito de uma república autêntica.

Além disso, o princípio republicano da igualdade, que deveria assegurar a todos os cidadãos os mesmos direitos e oportunidades, é desafiado pelas imensas desigualdades sociais e regionais do país. Embora a Constituição de 1988 consagre o direito à saúde, educação, moradia e segurança, esses direitos ainda são privilégio para poucos. A população mais vulnerável segue com acesso limitado aos serviços públicos básicos, enquanto outros setores da sociedade gozam de benefícios exclusivos. Esta desigualdade estrutural contraria o princípio de uma república que deve tratar todos os seus cidadãos de forma justa e digna.

Outro valor fundamental de uma república é o direito de participação popular. Em uma sociedade republicana, a voz do cidadão deve ter peso nas decisões políticas, e o governo deve agir de forma a refletir as aspirações e necessidades da população. No entanto, a distância entre o governo e o povo brasileiro é frequentemente evidenciada pela falta de diálogo e pela falta de representatividade nos processos decisórios. O desencanto com a política, o afastamento do eleitorado e os altos índices de abstenção em eleições revelam uma desconfiança crescente na capacidade do sistema de representar o povo. Esse divórcio entre a população e seus governantes enfraquece o pilar republicano da soberania popular, desviando o poder das mãos do povo para os interesses de uma minoria.

A crise de confiança se estende às instituições republicanas, que, em uma democracia plena, deveriam agir de forma independente, respeitando os limites legais e protegendo os direitos dos cidadãos. No entanto, os frequentes episódios de interferência política e pressões externas sobre o Judiciário e o Legislativo questionam a independência e a autonomia desses poderes. Quando as instituições que deveriam ser guardiãs da justiça e da ordem republicana se mostram vulneráveis a pressões e interesses particulares, a república se fragiliza, comprometendo a proteção dos direitos e o equilíbrio de poder.

Certamente, o ideal republicano parece distante e, muitas vezes, inacessível para o cidadão comum. Em um país onde o poder se concentra em poucos e os interesses particulares frequentemente se sobrepõem ao bem comum, é compreensível que muitos brasileiros sintam-se impotentes diante dos desmandos e abusos do sistema. A crise de representatividade e a corrupção estruturada revelam que, apesar dos valores republicanos estarem inscritos em nossa Constituição, eles parecem, para muitos, inacessíveis e quase irreais no dia a dia.

A verdade é que o desafio de fazer a República funcionar para todos não está, de fato, apenas nas mãos da população. Sem reformas profundas, sem uma reestruturação que enfrente diretamente as desigualdades, o compadrio político e o descaso com as instituições públicas, é difícil acreditar que o Brasil se aproximará de uma república autêntica. A Proclamação da República, então, deve servir não apenas como uma lembrança de um ideal a ser buscado, mas também como um alerta constante sobre o quanto ainda precisamos avançar e sobre o quanto a verdadeira democracia requer uma transformação real nas estruturas de poder e responsabilidade social.




fonte: Da Redação



JBA AREEIRA anuncie aqui
»     COMENTÁRIOS


»     Comentar


Nome
Email (seu email não será exposto)
Cidade
 
(Máximo 1200 caracteres)
Codigo
 
Publidicade
zoom
Multivida
Sicredi assembleia
High Society
Nosso brinde ao médico Dr. Rodrigo Perez, que neste sábado comemora mais um ano de vida. Ao aniversariante nossos sinceros parabéns com votos de saúde, paz e realizações. Feliz Ano! No rol de aniversariantes registramos marcando golaço no placar da vida o amigo de longas datas José Augusto Martins, que recebeu os abraços dos amigos e familiares. Muitos anos de vida é o que lhes desejamos. Na foto com a filha Marina. E o destaque em tão maior desta coluna é dedicado ao nutricionista Bruno Michelis Saravy, que celebra na próxima segunda-feira mais um natalício. Que esse novo ciclo seja pleno de alegrias, sucesso e momentos incríveis. Que Deus proteja sua vida e realize todos os seus sonhos! Parabéns!
Ultimas notícias
Exediente
Versão impressa
High Society
Fale conosco
VARIEDADES
POLÍTICA
POLÍCIA
OPINIÃO
ESPORTES
EDITORIAL
ECONOMIA
CIDADE
ARTIGO
Jornal Correio Cacerense 2015
Copyright © Todos direitos reservados