Especialista alerta que MT pode chegar a 50 graus de temperatura em pouco tempo
Data:04/10/2024 - Hora:13h45
Divulgação
Durante o Primeiro Seminário de Mudanças Climáticas em Mato Grosso, realizado nesta semana pelo Tribunal de Justiça com o apoio da Energisa, especialistas destacaram um cenário alarmante para o estado e a região Centro-Oeste do Brasil. A meteorologista Ana Paula Paes, especialista em clima e pesquisadora com doutorado e pós-doutorado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), trouxe uma previsão preocupante: se medidas drásticas não forem tomadas para mitigar o aquecimento global, a temperatura em Mato Grosso pode atingir impressionantes 50 graus Celsius nas próximas décadas.
De acordo com Ana Paula, o aquecimento global já vem intensificando eventos extremos, como ondas de calor cada vez mais longas e intensas. “Estamos observando um aumento significativo nas temperaturas, com variações de 5 a 10 graus acima da média, especialmente em estados como Mato Grosso”, alertou. Ela mencionou que, entre 2030 e 2050, a tendência é que o clima na região se torne ainda mais extremo se ações efetivas não forem implementadas.
O ano de 2023 foi registrado como o mais quente da história, e 2024 já aponta para a possibilidade de novos recordes. “Estamos vendo isso claramente em setembro de 2024, quando praticamente o mês inteiro foi marcado por ondas de calor intensas, com temperaturas que superam os 40 graus. Em 2023, esses eventos duravam cerca de uma semana, mas agora estamos vivendo um mês inteiro sob calor extremo”, destacou a meteorologista.
A mudança climática, no entanto, não afeta apenas o bem-estar físico e a saúde das pessoas, mas também tem impacto econômico direto. Um dos principais reflexos é o aumento na conta de energia elétrica, já que a escassez de chuvas e o calor intenso levam ao maior uso de termelétricas, uma fonte de energia mais cara. Além disso, o calor excessivo força o uso intensivo de aparelhos de ar-condicionado e refrigeração, elevando o consumo de energia em até 60%.
“Já estamos vendo os efeitos devastadores ao redor do mundo, com mortes causadas pelo calor e crises econômicas resultantes das mudanças climáticas. É um alerta claro de que precisamos discutir, agora, como vamos agir como sociedade para mitigar os impactos desse fenômeno”, ressaltou Ana Paula Paes, que também atua como consultora da Energisa.
O seminário também contou com a participação do paisagista Ricardo Cardim, mestre em botânica pela Universidade de São Paulo e especialista em biodiversidade nativa e restauração de paisagens. Ele reforçou a necessidade urgente de transformar as cidades em espaços mais verdes e sustentáveis. “Precisamos valorizar as espécies nativas e desenvolver projetos que integrem sustentabilidade e preservação ambiental. A tecnologia já existe, mas é necessário agir agora”, afirmou.
As mudanças climáticas são uma realidade inegável, e eventos como o Primeiro Seminário de Mudanças Climáticas em Mato Grosso buscam não apenas debater os desafios, mas também encontrar soluções práticas que possam ser implementadas com urgência. A mensagem de Ana Paula Paes e Ricardo Cardim é clara: a hora de agir é agora, antes que as projeções mais severas se tornem realidade. O futuro climático do estado e do planeta depende das escolhas e ações que adotarmos hoje.
fonte: Da Redação
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