Festival Internacional de Pesca Esportiva: De Ideia Local a Referência Nacional
Data:05/07/2024 - Hora:07h58
Família Michels
Tudo começou nos idos de 1979, quando o técnico em eletrônica Aderbal Michels (In memorian), em visita a cidade de Barra do Bugres, onde prestava assistência a torre de televisão e rádio amadores, visualizou o cartaz com a publicidade de uma gincana de pesca. A gincana era organizada pela prefeitura e coordenada por Adelino Ferreira (Pirangueiro). Apaixonado pela pesca, Aderbal ao inscrever sua equipe composta por ele, seu pai Bertolino Michels e seu filho Adilson Michels, que na oportunidade foi impedido de participar por ter apenas 13 anos de idade, embarcando em seu lugar o jornalista do Correio Cacerense Luizmar Faquini, fato esse que gerou revolta em Aderbal. Após participarem do festival e Aderbal selar amizade com Adelino Ferreira (Pirangueiro), resolveu trazer a ideia para Cáceres.
Para Aderbal e Adelino, amantes da pesca, não foi difícil despertar no então prefeito Ivo Scaff o entusiasmo pela ideia. Assim no ano de 1980 nascia o Festival do Peixe em Cáceres, com apoio irrestrito do prefeito Ivo Scaff, determinação dos pescadores de carteirinha Aderbal Michelis e Adelino Pirangueiro e apoio do comércio e amigos. Participaram do primeiro Festival 72 pessoas na categoria pesca embarcada e 55 na categoria infantil. Naquele ano a prova de pesca durou 12 horas, não tendo área delimitada, tendo sido capturado 123 kg de pescado, que foram preparados e servidos no jantar de confraternização entre os participantes. No 2º campeonato, em 1981, o evento começou a ganhar divulgação e receber visitantes de outros Estados, sendo capturado por Aderbal Michelis um jaú de 37 quilos. A partir de 1982 o evento passou a chamar-se Torneio Internacional de Pesca, por já contar com a participação de equipes do Exterior. Assim a cada ano o número de participantes foi crescendo.
Em 1984 e 1985, várias implementações surgiram, passando o torneio a fazer parte da Confederação Brasileira de Pesca e Desportos Subaquáticos - CBPDS , que estabeleceu as regras oficiais da Confederação Brasileira de Pesca. Nesses dois anos as provas foram realizadas com o tempo de 24 horas, atingindo grande número de participantes. No ano de 1985, a CBPDS confere a esposa de Aderbal, Orfélia Michelis (in memorian) o título de Coordenadora Oficial do Torneio e representante da Confederação em Cáceres. Também neste ano, Aderbal recebe a homenagem de Patrono do Torneio.
No ano de 1986, o evento ganha novas inovações sendo inscrita a primeira equipe composta somente por mulheres, e pioneiras por coincidência ou não, duas integrantes filhas de Aderbal, Rosane e Triana Michels e a amiga Simone Valéria do Amaral, substituída um ano depois pela sobrinha de Aderbal, Marimar Michels. Também nesse ano o festival passa a chamar Torneio Internacional Itaú de Pesca, tendo o Banco Itaú como patrocinador total do evento até o ano de 1992.
O resultado dos esforços aliados a inovações implantadas ao longo dos anos de forma ininterrupta, buscando principalmente a organização e a seriedade, credenciaram o município a convite da CBPDS a sediar em 1992, o Campeonato Brasileiro de Pesca, onde a equipe formada por Rosane, Triana e Marimar Michels consagraram-se campeãs, tornando-se o primeiro trio feminino a vencer um campeonato de pesca em água doce no Brasil. Nesse mesmo ano o torneio passou a fazer parte do Guinnes Book, Livro dos Recordes, com a participação de 190 embarcações, conduzindo equipes com três pescadores cada, nas categorias feminina e masculina. A partir de 1993, o torneio passou oficialmente a chamar Festival Internacional de Pesca, desvinculando-se da Confederação Nacional de Pesca, o que possibilitou mudanças nas regras, entre elas a valorização do peixe nobre e não somente do quilo.
Em 1996, o FIP ganhou as telas da Rede Globo sendo apresentado no Programa Fantástico. Em 1997 adotou-se a pesca esportiva, a prática do “pesque e solte”, em 1998 foi introduzido o “tagueamento” sistema de marcação dos peixes capturados que possibilita aos pesquisadores acompanharem as espécies após sua devolução ao rio e em 1999 o “anzol ecológico”, sem farpas.
No ano de 2001 medidas importantes foram adotadas no Festival, como a limitação da potência dos motores e a redução no número de equipes participantes para 400 na competição adulta.
Criada em 2003 com objetivo de manter a tradição da pesca artesanal, a competição de Pesca de Canoa é inserida como categoria no FIPe. Em 2016 foi instituída uma nova categoria de pesca a Sênior, dois anos depois o FIPe inovou com a Pesca PCD, e em 2022 a Pesca de Caiaque estreou no Festival dando show de pescaria. Até os dias de hoje, a cada nova edição várias implementações são realizadas, tornando o evento ainda mais atrativo e respeitando o meio ambiente, o que confere a ele o título de maior festival de pesca em água doce do mundo. E que será referência e modelo Nacional para eventos dessa categoria.
Com certeza o grande segredo é a sustentação por muitas mãos, que já fizeram, fazem e continuarão fazendo, numa união de esforços que garante sempre o sucesso do evento.
Cáceres se orgulha de sediar um festival que promove a pesca esportiva e celebra a união e o amor pelo esporte. Que seja mais uma edição de sucesso!
Legenda - Estampa na camiseta do 1º FESTIVAL DO PEIXE em 1980 (Foto: Roselane Silva)
Legenda - Prefeito Ivo Scaff que deu início ao Festival de Pesca (Foto: Família Scaff)
Legenda – Aderbal Michelis (Foto: Família Michels)
Legenda - Família Michels – Aderbal, Bertulino e Adilson com o pirangueiro Adelino (Foto: Família Michels)
Legenda – Registros do 2º Campeonato de Pesca em 1981 (Foto: Família Michels)
Legenda – 1ª Equipe Feminina – Princesinhas do Paraguai, composta por filhas de Aderbal Michels, na foto participando do 25º FIPe (Foto: Família Michels)
fonte: Da Redação
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