Ronivon Barros

Imagens captadas com drone pelo jornalista Ronivon Barros, lotado na Coordenação de Comunicação da prefeitura de Cáceres, exibem dois dos três ecossistemas na cidade, dentre os quais a predominância é pantaneira ocupando cerca de 70% da extensão territorial do município.  

Os registros foram realizados na última terça-feira (21), quando a régua que mede a altura do rio segue oscilando entre 3,95 até 4 metros, volume suficiente para "emprenhar", digo, preencher às baías que formam verdadeiros caracóis no entorno da área urbana seguindo por gravidade à sinuosidade do Rio Paraguai que espraia mansamente descendo em direção ao sul. 

A leste é possível  visualizar a Serra das Araras e mais abaixo Serra do Facão, área batizada de Província Serrana que demarca o fim do cerrado início da planície pantaneira.  

Com rio Paraguai repleto, durante o Carnaval encerrado nesta quarta-feira de cinzas, muitos escolheram a pescaria e a contemplação ao invés das folias de Momo, nesse período . 
O Navio Caravelas da Marinha do Brasil está no município efetuando levantamento de todo balizamento do trecho navegável desde Corumbá (MS) até Cáceres, a tripulação está há duas semanas atuando com relatórios nesta região. Os dados coletados servem para atualizar a carta náutica, que é utilizada para os chamados aquaviários sejam estes desde ribeirinhos, pecuaristas, pescadores profissionais, empresários da área do Turismo, navegação para transportes de grãos e ou equipamentos ultra pesados, como peças de usinas hidrelétricas transportadas desde o Atlântico até Cáceres. Enquanto o Caravelas está no Mato Grosso, o seu congênere Piracema já monitorou toda distância entre Ladário até Porto Murtinho na extremidade sul do Rio Paraguai, com missão idêntica do Caravelas.  

Estando a exatos 30 dias para encerrar a estação do Verão e entrar no outono o Rio segue tendo à mesma importância desde há quase três séculos, quando nas suas margens foram fincadas os primeiros núcleos de povoação. 

No próximo mês, a Marinha do Brasil através do Comando do Sexto Distrito Naval, com sede em Ladário, deslocará à " Flotilha do Matto Grosso" com todos seus navios até Cáceres para a realização de treinamento dos marinheiros,  fuzileiros navais e militares do Batalhão de Fronteira de Cáceres. 

Essa Operação é realizada há décadas pelas duas Forças, sempre no mês de março. Contudo, o surgimento da Pandemia, gerada com a Covid 19, o adestramento acabou sendo abortado nos anos de 2019, 2020, 2021 e em 2022. 

A maioria da população desconhece o desenrolar do teatro de operações dos fardados.  

Todavia, a cidade ganha um impulso com chegada dos navais e marinheiros, cerca de 400 ao todo que permanecem por quase duas semanas no município, injetando parte das diárias e soldos no comércio local.  

Também está prevista para o mês de março a troca de comando na Agência Fluvial de Cáceres, o atual chefe Capitão Sérgio Leonardo Sales será substituído por outro oficial intermediário, de igual patente. Sales chegou na área há dois anos, oriundo do estado do Pernambuco recebendo do seu colega capitão de corveta Estanislau Carvalho atualmente no Rio de Janeiro.  

Já o capitão Magno Luís Moura, substituto de Sales é oriundo do estado de Paraná cidade de Foz do Iguaçu, na fronteira com a República do Paraguai,   também deverá permanecer por 02 anos.  

Assim o Rio Paraguai que através dele surgiu a cidade, movimenta calmamente uma fatia considerada de civis à militares, sem alarido, sem chaminés tendo suas meândricas curvas por testemunhas, sendo parte da economia, da história, da cultura, meio ambiente e principalmente da geografia cacerense. 

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