Diretora administrativa: Rosane Michels
Quarta-feira, 03 de Julho de 2024
Pagina inicial Utimas notícias Expediente High Society Galeria Fale conosco
FIPe
A guerra na Ucrânia e o agro
Data:06/04/2022 - Hora:08h49

A guerra na Ucrânia que ultrapassa um mês, já afeta o mundo todo. Não há setor da cadeia global de alimentos que não tenha se ressentido e visto os preços subirem. Fertilizantes e outros produtos agrícolas têm sofrido consequências diretas desde a produção até o embarque. Rússia e Ucrânia, juntas, garantem 1/3 do trigo exportado no mundo. O Brasil é o sétimo importador mundial de trigo e, anualmente, compra quase 6 milhões de toneladas. 

Em 2021, o agro no Brasil importou 85% dos 43 milhões de toneladas de fertilizantes consumidos, mesmo considerando que o setor representa mais de 25% do PIB nacional. 

Em Mato Grosso, que é o maior produtor de soja e milho no país, a guerra já alerta produtores rurais quanto ao fornecimento de fertilizantes. De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) só em 2021, o Estado importou 1,61 milhão de toneladas de fertilizantes da Rússia, somando 20,02% do total importado de 7,42 milhões de toneladas até novembro do ano passado. 

Soja, milho, cana-de-açúcar e algodão consomem mais de 75% do adubo importado. 

Sabe-se que 50% do potássio importado pelo Brasil são provenientes da Rússia e de Belarus. 

Trata-se de uma dependência que precisa ser superada, na medida em que o Brasil é uma das maiores potências agroambientais e biodiversas do mundo, além de grande exportador de alimentos, nutrindo mais de 800 milhões de pessoas. 

Grande produtor de soja, milho, etanol, biodiesel, suco de laranja e proteína animal, dentre outros produtos, o Brasil ainda importa trigo em abundância, ingrediente fundamental na produção de pães, massas, biscoitos, bolos, cereais, dentre outros. O trigo é a maior fonte de calorias em quase 100 países. Diferentemente do milho e da soja, mais de 70% do trigo é destinado à alimentação humana, ficando atrás apenas do arroz. 

O trigo tropical, produzido no Brasil, graças aos esforços do setor, chega a ter 15% de proteína e representa, sem dúvida, alternativa viável aos graves problemas decorrentes da desnutrição no mundo. 

Graças à dedicação, empenho e tecnologia desenvolvida pela indústria moageira nacional, dos desenvolvedores e obtentores de cultivares, assim como das cooperativas e da Embrapa, diferentes tipos de farinha vêm sendo produzidos no Brasil, cuja qualidade é reconhecida em boa parte do mundo. 

A necessidade de superar as deficiências das políticas públicas tem servido de estímulo, não obstante, os inúmeros entraves ao desenvolvimento de pesquisas, cada vez mais aprofundadas e atualizadas com os mais modernos desenvolvimentos da triticultura, ademais do manejo sempre aprimorado, da genética competitiva, da constante busca de redução de custos e da superação dos crônicos gargalos logísticos. Todos esses fatores fazem o país despontar pela qualidade tecnológica industrial. 

Contudo, essa realidade está ameaçada pela guerra entre Rússia e Ucrânia e a alternativa parece ser apenas uma: reduzir e paulatinamente acabar com a dependência perigosa das importações, especialmente da Rússia, Ucrânia e Belarus. 

O que está em jogo é o bem maior, ou seja, a segurança alimentar, a indústria da vida. 

O Brasil é capaz de aumentar e expandir sua produção. 

São evidentes e ilustrativos os exemplos da competência dos brasileiros. 

Na última década, Minas Gerais e Goiás aumentaram em mais de três vezes a área cultivada, ultrapassando mais de 100 mil hectares. Se em 1990 o Brasil colhia 1,5 toneladas de grãos por hectare, em 2020, aumentou para mais de 4 toneladas. Um produtor brasileiro já alimenta 800 pessoas. 

São dados impressionantes. 

A situação atual imposta pela guerra e pela “realpolitik” geopolítica internacional alerta para que o Brasil procure alternativas frente às exigências globais. É imperiosa a busca de independência soberana, especialmente nos setores da agricultura e de fertilizantes, porque terras devastadas, êxodo de pessoas, destruição, fome e doenças têm consequências imediatas sobre o comércio, e o potencial do Brasil para abrir caminhos e apontar soluções é inestimável. ___***Maristela Basso é professora Livre Docente de Direito Internacional da USP e Sócia do escritório Nelson Wilians Advogados. 




fonte: Maristela Basso



anuncie aqui JBA rotary
»     COMENTÁRIOS


»     Comentar


Nome
Email (seu email não será exposto)
Cidade
 
(Máximo 1200 caracteres)
Codigo
 
Publidicade
zoom
sICREDI RS
Multivida
moto
High Society
Felicitamos o rotariano Sidney Garcia que festejou data natalícia nesta semana recebendo o carinho especial dos amigos e companheiros da família Rotary. Torcemos para que tenha uma vida inteira de muitas realizações e que você consiga todas as coisas que seu coração deseja. Que esse aniversário lhe traga muitas alegrias e muitas vitórias. Soprou velinha nesta semana a simpática Claudiane Estavam Mendes a quem desejamos Paz, Amor, Saúde e Prosperidades. Que Deus lhe proporcione um novo ano repleto de felicidades e realizações. Salute!!! Nosso brinde ao aniversariante da semana Luís Mário Castrillon M. Araújo. Esta coluna deseja o melhor presente que a vida possa te dar com votos de que esta data se repita por muitos anos. Feliz Niver!!!
Ultimas notícias
Exediente
Versão impressa
High Society
Fale conosco
VARIEDADES
POLÍTICA
POLÍCIA
OPINIÃO
ESPORTES
EDITORIAL
ECONOMIA
CIDADE
ARTIGO
Jornal Correio Cacerense 2015
Copyright © Todos direitos reservados