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"Dar o peixe ou ensinar a pescar"? A Prefeitura de Conquista D´Oeste optou por ensinar a pescar. Para isso, promove, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura um curso de Piscicultura que aborda desde a construção, instalação e manutenção de tanques até a viabilidade econômica da produção de peixes. O curso teve início na segunda-feira, 14, na Terra Indígena Sararé, com previsão de 40 horas, ao fim das quais, os participantes receberão certificados de conclusão emitidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), órgão ligado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). 

O conteúdo do curso, segundo o instrutor do SENAR, Edionei Maico Fries, é bastante prático, ainda que haja, por uma questão didática, um certo nível teórico para que o assunto seja bem entendido. Sendo assim, quando os participantes estão em sala de aula aprendem sobre o surgimento da Piscicultura como atividade de subsistência, mas também como possível geradora de renda para as famílias; sobre legislação para se evitar que haja degradação do meio ambiente ou construção de tanques em áreas de APP (Área de Preservação Permanente), entre outros cuidados que se deve observar quando se inicia uma atividade dessa natureza. 

"Uma das questões determinantes na produção de peixes em tanques é a qualidade da água e a quantidade de ração adequada, levando-se em consideração o que foi previamente planejado. Aqui na região estamos trabalhando com as espécies conhecidas pelos indígenas, como o Trairão e o Piau. Por conta das características das famílias daqui estamos pensando na possibilidade de criar tanques próximos de cada aldeia. A produção pode chegar a 1.200 quilos por ano se forem feitos com os devidos cuidados que abordamos ao longo do curso", explicou Edionei Fries. 

Em sua parte final, o curso trabalha com a questão da viabilidade econômica da atividade, por meio de um levantamento de custos para implantação, custo de produção e a expectativa de retorno esperado. Em outras palavras, quanto deve ser investido para o êxito da produção de peixes, considerando que o objetivo principal do curso para as famílias é o cultivo para subsistência. "Existe a possibilidade de produzir em escala um pouco maior que a do consumo próprio. Temos exemplos em outras áreas onde o curso e a implantação foram feitas em que as famílias produziram peixes para consumo e comercialização, gerando renda e oportunidades", disse o instrutor do SENAR.
Mesmo em um contexto de pandemia, com pressão dos custos, o setor de Piscicultura vem apresentando resultados positivos na produção e desenvolvimento. Segundo a Associação Brasileira de Piscicultura (PEIXE BR) o setor registrou um aumento de 5,93%, em relação a 2019. Os números fazem parte do levantamento feito pela PEIXE BR para o Anuário Peixe BR 2021. 

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