Com incentivo da Lei Aldir Blanc obra de escritor cacerense Gabriel Pinto de Arruda será reeditad
Data:16/03/2021 - Hora:08h37
Autor Gabriel Pinto de Arruda (Foto: Divulgação)
O Projeto de Reedição do livro Um Trecho do Oeste Brasileiro (1938), de Gabriel Pinto de Arruda, foi aprovado pela Secretaria de Estado de Cultura, Lazer e Esporte através do Edital nº 05/2000 - MT Nascente (D.O. 29/10/20) com recursos provenientes da Lei Emergencial de Cultura Aldir Blanc n. 14.017, de 29 de junho de 2020.
A obra Um Trecho do Oeste Brasileiro (1938), de autoria do advogado, escritor e poeta cacerense Gabriel Pinto de Arruda, publicada em 1938, e que neste ano é reeditada em sua homenagem, conta o apoio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer/SECEL-MT e da Lei Emergencial da Cultura Aldir Blanc n.14.017, de 29 de junho de 2020, do Governo Federal.
O livro Um Trecho do Oeste Brasileiro (1938) pode ser definido como uma ode a Cáceres, em que o autor poetiza em prosa o seu grande amor pela sua terra natal, pelo seu povo e as belezas naturais que o encantavam e faziam-no descrever, como um grande admirador, as riquezas do município.
Ao ser reditado, este livro, um dos primeiros senão o fundador da memória do município em 1938, representa um legado aos leitores, sobretudo, aos cacerenses, e a partir da história fundacional de São Luiz de Cáceres, o autor aborda as dimensões geo-política, econômica, social e cultural, e das riquezas do solo, dos rios, da flora, e da fauna.
A poesia, inédita, escrita em 1915, e que agora será publicada, foi enviada por seu neto, Cel. João Lyra. Essa poesia é um canto que mescla saudades e alegrias ao mesmo tempo, e expressa um momento muito especial da vida do poeta.
A CHEGADA DO GRANDE DIA
Chegou hoje o grande dia,
Em que jubilosos os colegas estarão,
Com indescritível alegria,
Junto aos pais o diploma terão.
No grato acontecimento,
Da solene colação de grau,
Todos cheios de contentamento,
Unidos aos pais e parentes estarão.
Sem dúvida melhor oferta,
Os pais não poderão ter,
Pergaminhos com esforços,
Conquistados com prazer.
Só o pobre e humilde autor
Destes versos, tal ventura não terá
Porque os seus queridos pais
Já no céu estão, ao lado do criador.
Repousando há muito tempo,
Longe do filho humilde, mas trabalhador,
Não terão da gloria o brilho,
Neste momento encantador.
E o sublime anel de formatura,
Que por eles deveria ser entregue,
Pelas mãos de um mestre amigo,
Entregue será, com paternal ternura.
Não podendo oferecer-lhes
O pergaminho da luta final,
Coroo-lhes a saudosa memoria
Com o consagrador louro imortal.
Em prol da querida terra distante,
Onde tive a felicidade de nascer,
Tudo farei com amor constante
E com fé que não pode fenecer.
Rio de Janeiro, 24/12/1915.
Gabriel Pinto de Arruda
fonte: Neuza Zattar
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