Ruindo casas
Data:16/03/2021 - Hora:08h33
Caem telhados
Nas janelas abandonadas,
Que fechadas escondem o passado.
Portas empenadas se corroem
Na ferrugem dos cadeados.
Trancam a alma da cidade
Em tijolos amontoados.
Impedem a poesia das cores,
O perfume de amores
Trancados nos quartos.
Monumentos padecem.
Raízes que não seguram a história.
A imponência e arquitetura adoecem.
Um grito sem ecos.
O silêncio incomoda,
A omissão extermina.
Quanta dor nas nuas calçadas,
Nas ruas peladas,
Abandonadas por seus monumentos.
Range o adobe
Segurando caibros pendurados.
Fachadas da cultura em tormento.
Demolidas,
Engolidas pelo tempo.
Quantas sombras daquilo que foi luz.
Casarios.
Casarões.
Portais ruindo no tempo.
Ruídos do vento,
Que derruba a vida projetada,
Arquitetada.
Abandono do homem.
Onde estão as meninas
Debruçadas nos umbrais?
As crianças saindo apressadas?
E as senhoras nas calçadas?
Imagens da lembrança
Escondida nos quintais.
Conversas que ficaram perdidas,
Tatuadas nas paredes de adobe
E que agora caem.
Encobertas pelo mato,
Contrasta o verde e a flor.
Cáceres sem eira e nem beira.
Adornos esquecidos nos escombros
Daquilo que pulsou vida e hoje já se foi.
Restou Rafael Jonnier.
fonte: Esdras Crepaldi
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