Folia Condicional
Data:17/02/2021 - Hora:08h10
Reprodução Web
Fim de semana que seria de folia, blocos nas ruas, a tchurma nos botecos, energético na mochila, que logo mais à noite, o reinado de Momo deveria ser aquela farra dionisíaca do carnaval, que durante quatro, talvez cinco noitadas, agitaria com serpentinas, confete e marchinhas, os salões, na festa que ano passado explodiu num quinquídio. Teria aquele sofá, a cama, a piscina, a orla do Paraguai, a areia da Daveron, enfim, múltiplas opções de lagarto pra curtir a ressaca da folia noturna no Iate Clube, na Arena da Sicmatur, etc, etc. Conjugações na condicional do verbo, seria, deveria, agitaria, lembranças pretéritas de um folguedo tradicional suspenso este ano por uma invisível criatura cujo vírus já ceifou a vida de centenas de milhares de vítimas no reino tupiniquim nos últimos 12 meses. No contraste dos carros alegóricos, as ambulâncias e rabecões black-car's; salões coloridos, agora, alas clínicas com entubados; dos open-bar, aos closes esquifes; do álcool on-the-rock em drinques, as lavagens de mãos com o etílico em gel; das aglomerações festivas, ao distanciamento social, porque viver é preciso e vale a pena. Infelizmente em alguns casos, a lógica, a prevenção e o bom senso fogem a realidade e, quem deveria estar mascarado no carnaval e na ausência dele, nas ruas, desinformados por fakes e ou mal orientados por inescrupulosos, recusam-se a usar a essencial e imprescindível máscara, batendo de frente contra o vírus corona, levando a pior, engrossando o cordão dos infectados nas estatísticas diárias da pandemia. Por enquanto, só a velha guarda e o abre-alas da saúde estão sendo imunizados pelas vacinas, salvam-se os condenáveis fura-filas, marca registrada brasileira, salvam-se, mas ainda é mínima a batalha nesta guerra que está longe de ser vencida. Veja o leitor, que de 220 milhões de brasileiros, (440 milhões de doses), ainda não foi vacinado 5% do total. Neste contexto, o negócio é sambar em casa, curtir na telinha as lives de carnaval no sofá da sala, continuar no bloco dos mascarados. E, no quebra-gelo da cerva, fazer como Pilatos, lavar as mãos pra virulenta e suas cepas, claro, usando, abusando e se lambuzando de álcool em gel 70 graus. Assim agindo, é quase certeza que no próximo carnaval, o amigo, já vacinado, revacinado e com ampla quarentena, estará livre, leve e solto pra curtir o folguedo de Momo 2022, ainda assim, com as devidas cautelas.
fonte: Da Redação
» COMENTÁRIOS
|
|
Publidicade
High Society
|