Naquela manhã de primavera, a floresta irradiava alegria e felicidade, sob o reinado das gêmeas filhas da natureza, fauna e flora, afinal, a boa nova apregoada pelo pombo correio e propalada nas trilhas pelos papagaios e araras, merecia quiçá, uma nota no High-Society do Correio Cacerense. Finalmente, a Gata Borralheira estava desencalhando, depois de um noivado felino de anos com o garboso Gato de Botas. A notícia oficializada antes pelas fakes de Pinóquio, agitava a bicharada, imunizada por uma vacina produzida por Gepeto com base em poção da Maga Fedorosa, contra suspeitas de vírus da maçã envenenada. Até o Pinóquio que de tanto mentir pegara alergia a fruta de Adão e Eva, confiou na CarochaVac e se enfeitou com fita no narigão pra festa. A Bela Adormecida acordou pra ver o bando de tuiuiús cantar coisas de amor, né Chico?  João e Maria após a dieta pra tapear o caldeirão da bruxa má, guiados pelo gigante pé de feijão, chegaram em casa a tempo de descansar pra cerimonia do casamento do casal felino. Famosa nas plataformas, Dona Cigarra com ares de MC, ensaiava seu repertório pra live do casório e até as formigas aderiram ao evento, dando trégua na incessante faina. Não poderia claro, faltar a Branca de Neve e os 7 anões, que chegou numa carruagem de abóbora e foi logo arrumando o mesão da festa. Rei Leão expediu os proclamas e para segurança requisitou os Soldadinhos de Chumbo, que o Macaco Simão gostava de uma bagunça. De carona com Peter-Pan e Fada Sininho, Alice viajou do País das Maravilhas à Terra do Nunca e com pir-lim-plin-plim, chegou bem antes, pra testar uns vestidos da mãe de Cinderela, que a recebeu com sapatinhos de cristal. Mestra Coruja seria a tabeliã e o casal Dona Baratinha com saia de filó e João Ratão de fraque e cartola, os padrinhos da noiva. Padrinhos do noivo, o Príncipe Valente e Rapunzel. Escolhidos para levar as alianças forjadas na oficina de Gepeto, o Pequeno Polegar e Chapeuzinho Vermelho. Quem faturou alto foi Julião Alfaiate, nas costuras pra bicharada. Olha, até o Lobo Mau fez as pazes com os 3 porquinhos e levou os doces da Vovó pra regalo da festança. E viva os noivos, viva tudo, viva o Chico Barrigudo, que a festa foi demááásss e todos foram felizes no Reino Encantado do Era uma Vez um Gato Pedrês. E quem quiser que conte outra, afinal quem conta um conto, aumenta um ponto. Um ponto, é? Com minhas escusas aos Irmãos Grimm, Perrault, Andersen, Lewis Carrol e tantos outros. ___***Rosane Michelis, é jornalista, bacharel em geografia, pós-graduada em turismo. 

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