Correio: Edição 1.808
Data:02/06/2015 - Hora:07h20
Domingão, dia enfarruscado, chove não chove, folga pra companhia que ninguém é de ferro, 1º dia de junho, quase meio do ano passado e o Dia da Imprensa que era comemorado em 10 de setembro, mas foi transferido para o primeiro dia do mês de junho e a gente explica porque. Ocorre que em 10 de setembro de 1808 circulou pela primeira vez no país, a Gazeta do Rio de Janeiro, um periódico oficial que servia à Corte, à nobreza, como ainda existem uns pasquins da grande mídia até hoje. Mas havia um jornal, que desde junho daquele ano, portanto, antes da criação da Gazeta, já circulava clandestinamente, o Correio, que não era Cacerense, e sim, Braziliense, produzido pelo jornalista gaúcho Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça. Se na época as publicações brasileiras eram proibidas porque a Corte Portuguesa temia que os brasileiros fossem influenciados pelas idéias de liberdade, igualdade e fraternidade que circulavam pela Europa, o Correio Braziliense tinha que permanecer clandestino porque simpatizava com tais pensamentos. Somente em 1999, quase dois séculos depois, foi reconhecido oficialmente como pioneiro jornal na história da imprensa brasileira, sendo então criada a Lei número 9831/99, que definiu a data oficial da Imprensa Brasileira no dia 1º de junho. A data se refere ao lançamento do primeiro exemplar do Correio Braziliense em Londres, no dia 1º de junho de 1808, cujo conteúdo despertou o ódio e o revanchismo dos políticos corruptos. O Periódico circulou durante 14 anos e meio, mantendo-se sempre fiel aos objetivos para os quais foi criado, lutar pela liberdade de pensamento e combater o despotismo dos poderosos, o oposto da maioria da dita grande mídia, (cabeças pensantes diminutas regadas ao vil metal) do século XXI, máquinas de fabricar midiotas. E o leitor que não reflete sobre aquilo que lê, compra pelo que lhe é oferecido, tanto a idéia de que a população brasileira, citada como aquela contida nas regiões onde se concentra o bem-estar, quanto à tese da economia nacional descrita no abismo. Como a midiotice é moléstia que afeta principalmente a consciência social do paciente, esta parcela da mídia tradicional tange seu gado, na direção da irracionalidade, numa postura antiética, traindo o ideal da real imprensa, que é a seriedade, honestidade e imparcialidade. Claro, que com pouco mais de meio século em circulação, o Correio Cacerense não é o primeiro jornal da bicentenária Cáceres, somos sim, o 1º e único diário de Cáceres e região, e modesta a parte, pautamos pelo compromisso com a verdade, doa ela a quem doer, quiçá por isso, vez por outra, somos discriminados por alguns, fato que não nos intimida. Surgimos pouco depois de um século do primeiro jornal criado em Mato Grosso, o Themis Mato-Grossense, publicado em 1840 em Cuiabá um ano depois da edição do A Razão, que circulou em Cáceres, em 1839. Circulamos décadas após O Combate, periódico também editado em nossa cidade em 1921, que muito ajudou no apoio à estrutura organizacional criada para pugnar contra as epidemias da época. Mas superando todos obstáculos, calando a boca de quem não acreditavam no amanhã do nosso discreto jornal, somos ainda o primeiro jornal diário da região em plena ação. Enfim, como imprensa, continuamos cumprindo nossa árdua missão, especialmente num preito àquela que nos legou este desafio, mercê de sua proba vida no comando do Correio Cacerense, a eternamente lembrada Orfélia Michelis. Indistintamente, queremos nesta oportunidade, somar a data com demais colegas que levam a sério a nobre missão de informar, a gratificação que sentimos não apenas no tocante a efeméride, mas no dia a dia da labuta, conscientes da contribuição pela construção e manutenção de uma sociedade mais justa. Bom Dia!
fonte: Da Redação
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