Semana de apresentações artísticas, mesas de diálogos e cinema com pauta LGBTQI+
Data:13/04/2021 - Hora:07h34
Assessoria
O projeto “K.O. – Diálogos sobre existências LGBTQI+”, selecionado pelo edital MT Nascentes da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (SECEL-MT), propõe a criação de um ambiente de diálogo, acolhimento e mobilização das minorias que compõem a sigla. O público poderá acompanhar uma programação composta por mesas de diálogos, apresentações artísticas e a primeira edição da Mostra Audiovisual LGBTQI+.
A programação teve início ontem (12) e segue até sábado (17), sempre às 19h, sendo transmitida, via YouTube, pelo canal “Coletivo K.O”. Já a mostra acontece na sexta e no sábado (16 e 17), a partir das 14h. Todas as pessoas convidadas, sejam elas artistas ou integrantes das mesas, pertencem à comunidade LGBTQI+.
“Sentimos a necessidade de nos organizar e partilhar vivências e informações com nossos pares”, relata a bacharel em Direito Vitória Karoline, uma das idealizadoras do projeto que surgiu como extensão das atividades do Coletivo K.O, de Cáceres. Além dela, o coletivo é composto por Felipe Paiva, Ismael Diniz, Camila Abreu e Rafael Teodoro.
Apresentações artísticas
A ideia inicial é que todas as ações fossem realizadas em Cáceres, porém, devido à pandemia, optou-se pela adaptação ao formato online. Será uma apresentação artística por dia, entre 30 e 40 minutos, antecedendo as mesas. A música aquece o público para as conversas. E quem abre a programação é a cantora, instrumentista e letrista Karola Nunes.
Esta ordem – show antes da mesa – só será invertida no último dia (17), quando a multiartista Hend Santana fará o show de encerramento. Além de Hend e Karola, também irão se apresentar outros quatro nomes de grande representatividade em Mato Grosso: Luana Eras (13), Cris Chaves (14), Seven Mônica (15) e Guilherme Sampaio (16).
Mesas de diálogos
As mesas serão compostas por ativistas, artistas e pensadores – referências em suas respectivas áreas – que irão discorrer acerca dos seguintes temas: História do Movimento LGBTQI+ no Brasil; Pandemia e saúde mental LGBTQI+; Direito e visibilidade Trans; Relacionamento abusivo e violência conjugal entre lésbicas; Negritude LGBTQI+ e racismo estrutural; Arte como resistência e papel social.
Ao todo, 20 pessoas irão participar destas necessárias conversas, todas abertas à interação com o público. “É importante levantar essas discussões e nos organizarmos colaborativamente enquanto gays, lésbicas, travestis, transexuais, intersexuais, pessoas não binárias e demais classificações que demonstrem a pluralidade das possibilidades de ser”, reflete o ator Ismael Diniz.
Cinema e cartilhas
Além das mesas e apresentações artísticas, o projeto ainda conta com ações complementares. Trata-se da Mostra Audiovisual LGBTQI+ e da disponibilização gratuita de duas cartilhas em formato digital: “Velcro Seguro”, da ilustradora Nicolle Sartor; e “Saúde do homem trans e pessoas transmasculinas”, da Rede Nacional de Pessoas Trans. As cartilhas poderão ser acessadas através do QR-Code disponibilizado, via YouTube, durante a programação.
A Mostra acontece nos dois últimos dias, sempre a partir das 14h. Na sexta (16) serão exibidos, via YouTube, três curta-metragens mato-grossenses: “Aquele disco da Gal”, de Diego Baraldi e Juliana Curvo; “Aquilo que me olha”, de Felippy Damian; e “Ciranda”, de Ângela Coradini e Felippy Damian. Já no sábado (17), via Vimeo, será a vez do premiado “Greta”, de Armando Praça, longa estrelado por Marco Nanini em atuação deslumbrante.
A opção por trabalhar com mesas de diálogos, apresentações artísticas, mostra audiovisual e cartilhas tem um propósito. “Apostamos em múltiplas linguagens para abordar e transmitir experiências, conhecimentos e demandas da população LGBTQI+. Essas ações permitem criar espaços de representatividade e acolhimento, além de conectar e fomentar manifestações artísticas desenvolvidas por pessoas LGBTQI+”, explica o dançarino Felipe Paiva.
Coletivo K.O.
Por conta de intolerância, a Parada da Diversidade não ocorre em Cáceres desde 2017. Neste mesmo ano, ao constatar a necessidade de criação de novos espaços de representatividade na cidade, surgiu o Coletivo K.O, uma referência ao single homônimo da cantora Pabllo Vittar.
“O nome é atrativo para o público LGBTQI+. A Pabllo tinha acabado de lançar o primeiro álbum”, relembra Vitória. Na ocasião, o grupo criou uma festa chamada K.O. O evento se popularizou tanto que já está prestes a chegar a sua décima edição em quatro anos.
A iniciativa se consolidou como um movimento libertário para a comunidade LGBTQI+ de Cáceres e região (Mirassol D’Oeste, Araputanga e Rio Branco). O foco é criar e manter espaços onde estas minorias se sintam confortáveis para expressar suas existências. “É sobre existir em regiões interioranas, sobre o desabrochar das potências de ser de cada indivíduo”, ressalta Ismael.
O Coletivo, após se solidificar como um movimento de resistência em Cáceres, agora serve de exemplo para iniciativas similares em outras regiões interioranas. Neste sentido, o projeto K.O. – Diálogos sobre existências LGBTQI+, ao se reconfigurar em formato online, amplia o campo de atuação para se fazer ouvir e dar voz às existências LGBTQI+ de todo Mato Grosso.
Artista se apresentam com transmissão pelo Youtube (Foto: Assessoria)
fonte: Assessoria
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