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O leão está solto nas ruas, dizia a letra do rock de Erasmo e Roberto Carlos nos anos dourados da Jovem Guarda; e quando se fala em impostos, o trabalhador refém das agiotagens oficiais, se rende na renda; pior, na fonte, sem chances de escapar das garras do pet de Leviatã. Pois é, as águas de março batem no calcanhar do povo, trazendo nos aguapés o rugido do leão do Imposto de Renda, de propósito defasado em detrimento do dito contribuinte, na real, garfado pela falha política tributária do governo. De 1º de março a 30 de abril, quem recebeu mais de R$ 22.847,76 em 2020 vai ter de declarar à Receita Federal o temido e injusto Imposto de Renda da Pessoa Física. Detalhe: quem atrasar ainda será penalizado com multa de 1% sobre o imposto devido ao mês, com mínimo de R$ 165,74 e máximo de 20% do imposto devido. Então, amigos, quando a gente diz que o IRPF é garfado, temido e injusto, ninguém quer hostilizar o peso nos costados do povo e sim, mostrar que de forma voluntária, os tributaristas do governo falham na mão grande, vitimando o coitado do trabalhador tupiniquim, que já sofre com 35% de impostos retidos em tudo que ganha e gasta. Justificando nosso protesto em defesa do povo injustiçado, desde 2015 o governo não corrige e ou atualiza a tabela do imposto de renda. E, desde 1996 este ardil tributário acumula uma defasagem de 113,09%, se, comparada a inflação do mesmo período. De 2015 a 2020, a defasagem é superior aos 20% em relação ao salário do dito contribuinte. Trocando em miúdos, houvesse justiça social e econômica no país, o correto seria o dito contribuinte, nós, cujo salário e ou ganho não superior a R$ 4.022,89 ser isento da mordida do leão. Acontece que o saco sem fundo do governo fecha os olhos a estas defasagens e abre a bocarra no ganho do trabalhador. Consequência dessa injustiça social, mais de 10 milhões de brasileiros atacados ultimamente pelo leão da receita. Só pra finalizar, mau exemplo desse jogo insensível, atualmente quem ganha R$ 3 mil/mês, paga R$ 95,20/mês ao IR, ou R$ 1.200/ano ao leão, sem contar percentuais nas férias e no 13º salário, nada escapa. E pensar que na campanha eleitoral as promessas eram de isenção do IR até 5 salários mínimos! Acreditou Mané?  Ano que vem tem eleição, né? 

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