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Novo normal?
Data:23/02/2021 - Hora:09h47

 

Não é natural trabalhar tanto para ter uma vida de fome. Não é natural ter gente dormindo na rua e automóveis protegidos em garagens, gente passando fome de um lado e comida estragando do outro. Não é natural que milhares de casas estejam desocupadas aguardando quem possa pagar aluguel enquanto há crianças sem teto, ou que remédios feitos pra salvar vidas sirvam somente a quem pode comprá-los. Não é natural que crianças negras morram baleadas pela polícia assassina sob o pretexto de garantia de segurança. Banalizar isso significa rebaixar nossos sentidos, normalizar a desvalorização humana e a violência que impõe o que chamam de ordem, ou normalidade, em nome do dinheiro. Não bastasse a tragédia do “normal”, agora querem nos fazer naturalizar o "novo normal". Sair na rua é um risco de vida, mas ninguém liga: é o novo normal. Pessoas estão morrendo em alas de hospitais por falta de oxigênio, mas todo mundo vai morrer um dia: é o novo normal. Mais de 220 mil pessoas já morreram por causa da Covid-19, mas o comércio não pode fechar: é o novo normal. O governo não tem dinheiro para comprar vacina, mas tem para comprar deputado: é o novo normal. 

E o presidente, especialista em matar, em meio à pandemia defende o direito à arma em vez da vacina: novo normal. Mulheres isoladas junto aos seus algozes, morrendo aos milhares, vítimas da violência enquanto tentam se proteger do vírus: novo normal. Meses de cortina de fumaça que ofuscam o sol e cheiram à morte da fauna e da flora: cheiro de novo normal. Deputados que escondem dinheiro nas nádegas: super novo normal. Negacionista furando a fila da vacina enquanto profissionais na linha de frente de atendimento trabalham sem vacina ou equipamento de proteção: tudo é o novo normal! 

É o novo normal também defender o retorno das aulas presenciais de forma descolada da defesa da vacinação dos profissionais, mesmo que as escolas sejam lugares de propagação do vírus. Há ainda aqueles que normalizam o ensino remoto na pandemia - mesmo que nas disciplinas virtuais, mil caiam de Covid-19 à direita e outros mil caiam pelas péssimas conexões de internet à esquerda. Dos que sobraram, poucos absorverão o conteúdo. É o novo normal. Mas veja, seu Zé, que acabaram com o seu carnaval! O novo normal é a normalização da barbárie! É a subordinação de qualquer saída racional e planificada da humanidade de sua crise civilizatória para subordinar a vida à irracionalidade da ampliação de lucros do mercado. Normalizemos as soluções dos nossos problemas à luz da razão, da ciência e da justiça! Fome se mata dando de comer: pois que se dê alimento ao povo! Comida se produz semeando a terra e colhendo: que se distribuam terras ao povo! Nenhum ser humano deve ser reduzido à condição de animal vivendo desabrigado na rua: que se garantam casas ao povo! E se o povo quer carnaval, vacina neles! Toda vida é imprescindível e nenhuma pessoa deve ficar à mercê da infecção por coronavírus. Que o SUS receba recursos, produza e distribua a vacina em massa para todos! Quero normalizar a compreensão de que todos aqueles que votaram e defenderam a retirada de recursos e a precarização dos serviços públicos em plena pandemia são assassinos. Que os negacionista que interditam a vacinação em massa e provocam mortes só podem ser tratados como genocidas criminosos. Que racismo, machismo, lgbtfobia e demais discursos de ódio não são opiniões, e que a liberdade de expressão jamais poderá ser tolhida. Quero normalizar a compreensão de que a pandemia nos coloca como única saída a promoção de saúde coletiva, e que isso é um sinal de que a liberdade também só se torna um sonho palpável se construída em coletivo. Não naturalizemos o novo normal - a barbárie -, para não deixarmos rebaixar o horizonte dos nossos sonhos de construção de utopias a partir dos tempos sombrios que vivemos hoje. Não deixemos que as sombras ofusquem nossos olhos! Podemos olhar além e ver que no horizonte há uma luz brilhando e nos chamando. ___***Lélica Lacerda é professora do Departamento de Serviço Social da UFMT e diretora da Adufmat-Ssind. 

 




fonte: Lélica Lacerda



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