Geografia da Fome
Data:04/12/2019 - Hora:06h09
Reprodução Web
Imagine o leitor, como seria a vida de uma pessoa passando o mês inteiro com apenas duas cédulas de R$ 50,00, duas de R$ 20 e uma de R$ 5,00 para sobreviver, café, almoço e janta, sem contar o aluguel, as contas de luz e água, o remédio,que benzedeiras sumiram do mapa e o SUS, malemá tem dipirona, parece impossível não é mesmo? Parece, mas não é ficção, e sim, a realidade de 13 milhões e 537 mil miseráveis do reino tupiniquim. Exatamente, sem tirar nem por, claro, (tirar, impossível, já é tão pouco), alguém passar 24 horas com menos de R$ 5,00 algo como meio almoço na Filó. Esse número é equivalente a 6,5% dos brasileiros e maior que a população de países como Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal. Essa massa de desvalidos se alimenta do que pode, mora precariamente e não tem perspectivas de melhorar de vida. Boa parte desses brasileiros, mesmo recebendo o Bolsa Família, com uma linha de corte de R$ 89,00, se mantém na zona da pobreza absoluta. Em relação às condições de moradia, 56,2% (29,5 milhões) da população abaixo da linha da pobreza não têm acesso a esgotamento sanitário; 25,8% (13,5 milhões) não são atendidos com abastecimento de água por rede; e 21,1% (11,1 milhões) não têm coleta de lixo. Sem nenhuma surpresa, sem nenhum pessimismo,mas com realismo indiscutível, o IBGE também mostra que a renda dos mais pobres diminuiu mais de 3% e a dos ricos subiu mais de 8% nos últimos dois anos. Quando se fala em pobreza, miséria, fome, fome sim, sobreviver com menos de R$ 5,00 por dia é passar fome, este fenômeno infeliz, tem um esteio, o triste desemprego e o biscateiro subemprego. No último trimestre, (julho, agosto e setembro), a falta de emprego, se manteve em 11,8% ou uma leva de 12,5 milhões de trabalhadores desempregados. Além do desemprego alto e estável, o subemprego e a informalidade são características importantes do atual mercado de trabalho. Sem contar desempregados e desalentados, (aqueles que que simplesmente desistiram de procurar emprego), neste grupo estão quase 5 milhões de pessoas, subutilizados (27,5 milhões), informais no setor privado (11,8 milhões) e trabalhadores por conta própria (24,4 milhões), somam 64 milhões de brasileiros se virando nos 30. Desemprego, miséria, desigualdade, este o retrato de um país que se diz potência continental, com mais de um terço da população,(a gentil pátria amada, armada, amarga, tem segundo o IBGE 209 milhões de habitantes) na rua da amargura. Pensar que tudo começa na escolha de representantes dos poderes legislativo e executivo, que em outubro do ano que vem teremos eleições (prefeito e vereadores) e pensar que a maioria destes excluídos, elegem e ou reelegem os responsáveis (irresponsáveis) protagonistas desta desgraça, não precisa se virar nos 30 para se chegar a triste conclusão, que, como disse um dia o grande estadista francês Charles de Gaulle, o Brasil não é mesmo um país sério. Só prá concluir, desemprego alto e aumento da informalidade faz com que 104 milhões de brasileiros tenham de viver com o equivalente a meio salário mínimo/mês.
fonte: Da Redação
» COMENTÁRIOS
|
|
Publidicade
High Society
|