A Onça e a Capivara
Data:17/11/2019 - Hora:07h01
Reprodução Web
De época em época, soam as trombetas, rufam os tambores, a turba ignara se curva, diz amém e acredita, em mais um novo milagre, que vai fazer e acontecer, acabar com a miséria, o desemprego, que o sol da liberdade brilhou em raios fúlgidos e o povo heroico com aquele brado retumbante, pode ficar tranquilo, sem tremer ou trema, que a bonança chegou, heureca, aleluia! Pois é, Mané, tem gente que acredita, apanha mas acredita, em mais uma cruzada contra o desemprego, patrões de mãos dadas com empregados dividindo lucros, pois o prejuízo é coisa do passado. Enquanto isso, no horizonte desmascara-se a farsa, o lobo devora o cordeiro, ou a onça, mata a capivara na praia do Daveron, mais ou menos isso, que milagre, só Deus, e mesmo assim, pra quem merece. Este preâmbulo se fez necessário para ilustrar a nova promessa política de milagre do primeiro emprego, apregoada pelo governo num replay do programa criado em outubro de 2003, pela lei 10.748 que há 16 anos, criava o tal, cuja meta naqueles idos, era 500 mil novos empregos e para estimular a participação de empresários, o governo pagaria parte dos salários durante 12 meses para as pequenas e médias empresas e blá e blá, o negócio não foi longe e ninguém mais tocou no assunto, pelo menos até ontem, né, Mané? Memória curta, volta a promessa de São Nunca com outro nome, Verde e Amarelo, 16 anos depois e as falácias, as mesmas com mixagens modernas, segundo dizem, para pessoas entre 18 e 29 anos, mesmo após o senado rejeitar a nefanda regra do trabalho aos domingos, durante a votação da MP da liberdade econômica. Falam em criar milhares de empregos, quando na verdade, sem pessimismo algum, o programa em tons de cinza camuflados de auriverde, não passa de um estagião: quem der o primeiro emprego a alguém entre 18 e 29 anos não paga a contribuição previdenciária patronal, com certeza antevendo que esta garotada não vai se aposentar nunca! Num segundo item, a recolha do FGTS será de apenas 2% durante apenas dois anos, depois, cessa recolha, o benefício e o desempregado, vai prá fila da amargura com 48% do salário de FGTS, que maravilha, não é mesmo? Detalhes que a mídia bem paga não esclarece, mas que marca o programa fadado ao fracasso, pelo menos, do trabalhador. Se o tal Primeiro Emprego de 2003 foi por água abaixo, durou menos de dois anos, este, amigos, não deve prosperar, exceto, se empurrado numa canetada na calada da noite, com autógrafos da maioria dos ditos representantes do povo, nossos empregados no congresso nacional, onerando em direitos, empregados e empregadores, sobretudo, os pequenos e médios empresários. Concluindo, não se criam milhões de empregos com promessas e canetadas, por decretos e ou MPs, haja vista, que o efeito do desemprego, especialmente para os jovens brasileiros não vai se dar em curto prazo. E, para o futuro, o quadro é bastante preocupante, segundo os economistas, porque os jovens desempregados de hoje não vão ter qualificação e experiência suficientes para entrar no mercado de trabalho, caso a economia volte a crescer, outra dúvida, segundo o economista Cosmo Donato, pois o Brasil não está dando oportunidade para uma mão de obra, da qual ela vai depender no futuro. E, jovens menos qualificados, comprometem a produtividade, diminuindo ainda mais o potencial de crescimento da economia, o que produz uma pressão adicional para as contas públicas. Aliás, uma das falhas do Primeiro Emprego copiado 16 anos após, resulta na mesma falha: falta de qualificação profissional, que não se resolve com milagres ditos econômicos, como o nosso.
fonte: Da Redação
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