Ao Mestre sem Carinho
Data:15/10/2019 - Hora:06h55
Reprodução Web
Fala-se tanto em evolução, mas pelo visto, pouca coisa tem mudado realmente quando se refere a educação, que vem se regredindo no reino tupiniquim, a cada década que passa, daí, a origem do titulo supra. Como pano de fundo, poderíamos ter a canção do gringo Ron Grainer,To Sir With Love, de trilha à sinopse de Braithwaite em 1967, embalando a história de um jovem professor que, cheio de novas ideias e dedicado a métodos revolucionários, enviado para uma escola de periferia, repleta de alunos indisciplinados, (fruto de um sistema educacional falho), trata-os com respeito e os alunos, com certeza, sem lar e ou berço, abandonam o comportamento hostil, se afeiçoando ao mestre. Claro que isso é filme, ficção de um eventual caso raro de realidade, sobretudo num mundo digitalizado, orfão de diálogos entre pais e filhos, violencia campeando nas redes anti-sociais, etc. O cenário da educação no Brasil é preocupante, sobretudo, por não ser de hoje que, além de mal remunerados, professores convivem com a falta de condições e ameaças que dificultam o trabalho do cotidiano. O país lidera um ranking de violência nas escolas elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com 12,5% dos professores, vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos ao menos uma vez por semana. Alguma dúvida porque apesar do apadrinhamento dos States, o Brasil ficou fora da indicação à OCDE? Pois é, amigos, neste 15 de outubro, de bouquês de flores prá tia lá da escola, de cartãozinho pro mestre com baboseiras rabiscadas, mais importante seria cair na real dos outros 364 dias na vida dos nossos professores, reféns da violencia de alunos orfãos de formação familiar, e de um mísero salário, considerando-se sua função árdua de formar futuras gerações, quiçá, encarar a desigual batalha terapeutica no campo da educação. Não por acaso, a mesma OCDE num estudo, chamado Talis (Teaching and Learning International Survey), apontou o Brasil como o país com o maior número de casos de violência contra professores. Paralelo a isso tudo, vem o fundamental, na Amarga Pátria Brasil, (o bereré) segundo a pesquisadora Maria Inês Fini, ex-presidente do Inep, que organiza o Enem, o atual piso salarial mensal do professor (20 horas/semana) é de R$ 2.557 por mês, uma merreca, considerando-se que para isso, ele, o professor, estudou cerca de 15 anos e prestou um concurso. Do lado podre da moeda, um deputado federal que precisa apenas saber assinar o nome, fazer continhas de mais, ganha por dia, o que o professor recebe por mês e somando-se as regalias, penduricalhos, verbas acessórias/indenizatórias e vexatórias para quem tem brio, o gravatinha do congresso embolsa num mês, descontando-se as nababescas verbas pagas com nosso suor, via impostos, quase o dobro do que o professor ganha num ano de trabalho. Talvêz por isso, os donos do Brasil, invertendo a máxima de Pitágoras, preferem punir os adultos (sempre seletivamente) a educar as suas crianças, mesmo porque ignorantes, oriundos de escolas falidas, são eleitores analfabetos, fáceis de enganar, garantindo uma reeleição e mais quatro anos de mordomias com os ócios do ofício. Apesar de tudo, aos Mestres, os devidos respeitos, com todo nosso carinho, hoje e sempre.
fonte: Da Redação
» COMENTÁRIOS
|
|
Publidicade
High Society
|