Saudades do PPG-7
Data:05/09/2019 - Hora:08h06
Reprodução Web
Era o ano de 1992, este editor dividia a labuta entre um diário chumbão e a faculdade de direito (último termo) a Amazônia ardia em chamas, noticia de capa, destacando a ajuda em dinheiro oferecida pelo G7, grupo dos países mais ricos do mundo, para atenuar a crise causada por desmatamento e queimadas fora de controle naquela região. Como hoje, a oposição ao G-7 temia pela internacionalização aventada por líderes estrangeiros em fakes de internacionalizar a floresta. Como se fosse hoje, refrescamos a memória sobre a postura do presidente playboy, que inclusive era objeto de nossas criticas, o Fernandinho Collor, que surpreendeu a muitos, ao aceitar a oferta do clube dos ricos, sem impor condições e ou acusar outrem, de querer comprar a região. O assunto relembrado pelo amigo jornalista Claudio Ângelo, coordenador de Comunicação do Observatório do Clima nos veio a baila por dois motivos, primeiro, que a incendiária cena se repete 27 anos após e segundo, que nesta quinta feira, (5) o calendário registra o Dia da Amazônia. Na imprensa, já abordamos em algumas cronicas, o bioma que ao contrário do que muitos pensam, não é somente nosso, é patrimônio mundial, assim, como o Pantanal. Músico, na pele de Lorde Dannyelvis, já externamos também, nosso amor pela Amazônia e Pantanal, sempre em defesa da Santa Mãe Natureza. Mas, voltando ao ano de 1992, ali no contexto da conferência Rio-92, nasceram as convenções de Clima e Biodiversidade da ONU, que daria origem ao Programa Piloto de Proteção às Florestas Tropicais do Brasil, o PPG-7, que começou a operar em 1994. Nos recorda Claudio Ângelo, que este foi até hoje considerado o maior caso de sucesso de cooperação internacional na área ambiental, o PPG-7, que durou 15 anos e investiu 463 milhões de dólares, ajudando a criar 100 milhões de hectares de terras indígenas em unidades de conservação, e desenvolver tecnologias que provaram que manter floresta em pé não é incompatível com melhorar a vida das pessoas que moram nela e como o Governo sabia que não daria conta de executar todos os projetos iniciados com a doação do G7, o programa-piloto produziu mais uma inovação: entregou-se essa tarefa a organizações da sociedade civil. Os néscios que criticam a suposta profusão de ONGs na Amazônia fariam bem em entender que essas organizações foram chamadas pelo Estado para suprir a carência de Estado, em parceria com o Estado. O PPG-7 ajudou a criar uma capacidade de atuação de ONGs na Amazônia que se mostraria importante depois. O principal ganho do PPG-7, porém, foi imaterial: o programa ajudou a silenciar a paranoia soberanista que cercava qualquer ação estrangeira na Amazônia. Mostrou que cooperação em meio ambiente não é um jogo de soma zero e que soldados de olhos azuis não vão desembarcar na região Norte e decretá-la zona internacional. Concluindo, o que muitos políticos precisam entender sem demagogias baratas, é que mundo, o Brasil e a Amazônia mudaram muito desde 1992, atualmente, há tecnologia de dados e compromissos internacionais ratificados pelo Brasil contra a crise climática que demandam proteção da floresta, este oceano aéreo, em iminente assoreamento pelo desenfreado desmatamento.
fonte: Da Redação
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