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Certa vez o aluno do curso de economia de uma famosa faculdade perguntou ao mestre, o que um banco produz e o coitado do professor, assim como o aluno, vitima do sistema capitalista selvagem que impera no reino tupiniquim, depois de franzir o cenho (como se diziam nos contos antigamente) e coçar os ralos cabelos, prá não complicar mais ainda, disse que a atividade bancária se resume a captar depósitos e conceder empréstimos, claro, com o dinheiro alheio e lucrar sobre os ditos caraminguás dos iludidos correntistas. Os bancos sabem que, normalmente, o correntista emitirá, aos poucos, ordens de pagamentos sobre seus depósitos, a fim de pagar dívidas ou realizar transações e que parte dos depósitos captados ficam livres para serem usados de forma mais produtiva e, sobretudo, lucrativa, para os banqueiros, óbvio. Se uma empresa vai a este banco em busca de um empréstimo, o banco cria moeda (sob a forma de novos depósitos a vista) ao creditar a conta corrente dessa empresa no valor do empréstimo. Nesta ciranda, o agiota oficial banqueiro, fatura milhões por mês, paga uma merreca para os bancários, e cevam seus lobbies políticos para se manterem como quinto poder da república. Bem, a gente não está aqui pra rufar este ou aquele banqueiro, mas sim, para homenagear neste 28 de agosto, o escravo deles, os bancários cuja data o calendário registra nesta quarta feira. Um colega nosso que envelheceu atras de um guichê bancário, nos disse sobre a parafernália tecnológica dos bancos, aquela propaganda maravilhosa de financiamentos fáceis, que se contraem com um piscar de olho à recepcionista, naquele ambiente de ar-refrigerado, de eficiência, teclados on-line, telefones e sorrisos, muitos sorrisos, disfarçado trabalho, sob a própria expressão do sofrer no paraíso. Nos disse ele, que se o grande público tirasse as névoas dos comerciais, em lugar de se enfeitiçar com o mobiliário, com as máquinas, de ver apenas o palco onde se encena o bancário feliz, e passasse a olhar com o cérebro as informações dos balanços econômicos, bem perceberia a vida que pode levar um bancário em meio a tamanha selva de lucros astronômicos. Ganharia uma aula viva do conceito de mais-valia, esse outro brilho de Marx. E saberia que há muito as estatísticas põem os bancos em primeiro lugar no ranking dos Dort (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), que inclui doenças da coluna, tendinite, bursite e LER (Lesão por Esforço Repetitivo). Taí, um resumo de um bancário sobre a vida da maioria dos bancários, engordando o cofre do patrão, fazer o que né? Literalmente, a fila anda,  e que fila!, a vida segue e a continuar a bagunça, logo vem uma privatização, pinta uma PDV, direitos foram pro saco, aguardar a sineta de São Pedro tocar! Mas o bancário é um cidadão consciente, leva as porradas da vida, se a porta trava, quem fica travado é ele, não é o guarda, aumentos? Só se for de trabalho, já andam falando pelaí que os bancos deveriam abrir aos sábados, êita escravidão, Xô-Mano, melhor seria ter nascido politico, não tivesse ele nascido gente, num lar decente. Amigos bancários, nossos parabéns pela data e toca a fila, Bom Dia!

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