Atchim, Saúde!
Data:02/08/2019 - Hora:15h38
Reprodução Web
Quem nunca disparou um “Saúde!” a alguém que acabou de espirrar? O costume, feito quase que de forma automática por algumas pessoas, é uma realidade na maior parte do mundo. Em Portugal, é comum dizerem "Santinho!"; nos países de língua inglesa se diz algo como “Deus te abençoe”; e por aí vai. Embora não se saiba exatamente quem criou tudo isso, acredita-se que a prática tenha surgido a partir de antigas crendices. Uns acreditavam que quando a pessoa espirrava, a alma saia de seu corpo, sendo necessário dizer: Saúde, pra não ser tocada por algum espírito do mal. Outros pensavam que, durante o instante do espirro, o coração parava de bater e desta forma, a palavra funcionaria como uma espécie de cumprimento feito à pessoa que acabara de, voltar à vida.Crendices ou não, Saúde prá todos, mesmo que seja apenas depois de um atchim, porque de resto, quando dita pública, ela convalesce a cada dia que passa e depois de um final de semana, para muitos numa fila humilhante do SUS, o calendário registrou ontem, 5 de agosto, o Dia Nacional da Saúde. Só prá ilustrar, o Dia Nacional da Saúde foi oficializado e inserido no calendário oficial brasileiro através do Decreto de Lei nº 5.352, de 8 de novembro 1967, do Ministério da Saúde e da Educação e Cultura para celebrar a data de nascimento do sanitarista Oswaldo da Cruz, responsável pela erradicação da peste, febre amarela e varíola no Brasil, no começo do século XX. Sem dúvida, que o Sistema Único de Saúde, conhecido SUS, foi uma grande conquista da população brasileira, inclusive reconhecido como um dos maiores do mundo e usado como modelo em muitos outros países, mas, e não é segredo pra ninguém, num capitalismo selvagem como o do reino tupiniquim, o mau gerenciamento e a falta de investimentos financeiros, levou o sistema ao colapso, na maioria das vezes insuficiente e com pouca qualidade para atender a população. População esta, que paga, e, bem caro, para ter um atendimento caótico nos postos de saúde e hospitais públicos, onde além da falta de medicamentos e insumos, falta o principal, o respeito aos pacientes. Diante das atuais circunstancias, o Dia Nacional da Saúde, mais parece uma piada no calendário, a debochar da comunidade, considerando-se dados de 2018, do Conselho Federal de Medicina, apontam, 1 médico para cada 470 pessoas e o investimento do governo no setor, apenas 3,6% do orçamento federal, quando a média mundial é de 11,7%. Some-se a isto, a demora numa fila para agendar consultas com médicos especialistas, de meses, quiçá, anos, o mesmo, na marcação de exames, cujos resultados prescritos, (determinados) ao serem analisados pelo medico, já estão prescritos, (sem validade). Como saúde não se restringe aos doentes e sim, às causas de muitas doenças, como é o caso da dengue e demais transmitidas por vias terceiras, esta data também faz referencias às prevenções de vetores e neste caso, os descasos igualmente são notórios, basta ver as estatísticas de infectados e mortos pelo aedes aegypti, um simples mosquito, mas de uma picada fatal. E pensar que há mais de um século, sem as estruturas atuais, o sanitarista Oswaldo Cruz, erradicou epidemias que acometiam o Brasil, sinal de que no lugar de Ordem e Progresso, o dístico neoliberal do augusto (Comte) pendão da esperança deveria ser desordem e retrocesso.
fonte: Da Redação
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