Hora e vez do Nó-Cego
Data:14/06/2019 - Hora:08h49
Reprodução Web
Observar a lista dos maiores devedores do governo federal é como entrar numa área VIP frequentada pelas organizações mais poderosas do país. Estão lá, em destaque, colossos como Vale, Petrobras, Bradesco, Gerdau, Fibria, Eletropaulo, Braskem e Pão de Açúcar. Se segmentarmos a dívida, o desfile de nomes vistosos continua. Entre as maiores devedoras do INSS figuram JBS, Bradesco e Volkswagen. Alguém foi executado pelo governo nos últimos anos? Nadinha, Mané! Se alguns dos sonegadores e ou devedores chegou a ser multado, não pagou e c’est fini, que não paga mesmo e com bons advogados recorre, cai no refis de 20 anos, que neste patropi, só quem paga mesmo, se brincar, sob hipoteca é pobre. Veja o leitor, um levantamento do Ibama, aponta que em Mato Grosso, somente no ano passado foram aplicados mais de R$ 109 milhões em multas por desmatamento. No entanto, a maioria absoluta das punições não foram pagas e no grampo de São Nunca, faz coro com as 156 empresas que a Receita Federal autuou aqui também no Matão, por irregularidades no Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido de 2014 e os R$ 28 milhões e R$ 220 mil ajuizados contra as 5.241 empresas , ninguem sabe quando serão pagos e se serão. No INCRA, são 4.013 devedores com dívidas acima de R$ 50 milhões, dentre eles, um grupo seleto de 729 proprietários, declarou possuir 4.057 imóveis rurais, somando uma dívida de R$ 200 bilhões, dados de 2016. As terras pertencentes a esse grupo abrangem mais de 6,5 milhões de hectares, segundo informações cadastradas no Sistema Nacional de Cadastro Rural. Seria até chato, perguntar se algum deles saldou a divida com a união, não é mesmo? No rol dos nó-cego, as instituições financeiras e as seguradoras figuram entre os maiores devedores do governo federal, conforme levantamento feito pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) que aponta até julho do ano passado, R$ 96,73 bilhões em débitos tributários inscritos na Dívida Ativa da União contra tais vips picaretas. E a coisa vem de longe, rico não paga, se empreiteiro ligado aos poderosos politiqueiros de mandato, o ganho é de ouro no rachid das maracutaias; se marajá do agronegócio, haja motoserra, àreas demarcadas, jagunçada, subsidios sem estorno e babau, que o rombo depois é culpa do aposentado. Analise o leitor, que há 20 anos, em abril de 1999, o então ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, sugeriu criar, até julho daquele ano, o Cadastro dos Devedores Ambientais, onde seriam inscritos todos os que desmatam ilegalmente ou depredam a natureza. Uma espécie de Serviço de Proteção do Crédito (SPC), lista de consumidores inadimplentes verde, como definira na época, o ministro em audiência na Comissão da Amazônia da Câmara dos Deputado. Cadê a lista? Não por acaso, diante de tanta falcatrua, desmandos, malversações e ladroagem, só no INSS, há mais de R$ 490 bilhões em dívida corrente de um milhão de empresas, devedoras, conforme dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Isso ocorre porque o mesmo ranking que lembra, às vezes, uma lista VIP parece também uma página de obituário do capitalismo brasileiro. Estão lá nomes do passado, em falência ou recuperação judicial, como Jornal do Brasil, Parmalat Brasil (representada por Carital e PPL), Transbrasil, Teka Tecelagem, TV Manchete, Varig e Vasp. E, só pra encerrar, o Seu Zé que ficou 40 dias sem pagar a prestação da Minha casa-Minha Dívida, foi visitado por um oficial de justiça, acionado como exequido em ação de reintegração de posse. E se reclamar, cuidado com o crime de desacato à autoridade, Seu Zé!
fonte: Da Redação
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