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Novo ópio do século
Data:30/05/2019 - Hora:10h16

Vivemos em uma sociedade de excessos. Somos bombardeados por informações que, na maior parte das vezes, não conseguimos absorver. Acrescenta-se também que somos cobrados, pressionados, o que nos torna reféns da nossa mente. Essa situação alterou algo que deveria ser inviolável -, o ritmo de construção de pensamentos -, gerando consequências sérias para a saúde emocional, o prazer de viver, a inteligência e a criatividade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,4 bilhão de pessoas, cedo ou tarde, desenvolverão o último estágio da dor humana, o que corresponde a 20% da população do planeta. Mas, conforme pesquisas, a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA) provavelmente atinge mais de 80% dos indivíduos de todas as idades, de alunos a professores, de intelectuais a iletrados, de médicos a pacientes.

Sem perceber, a sociedade moderna – consumista, rápida e estressante – alterou também o modo de apreender, de processar o cérebro, desequilibrando com a angústia, a depressão, a síndrome do pânico, a hiperatividade ou Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA) e a sustentabilidade das relações sociais. Sim, adoecemos coletivamente. Este é um grito de alerta. No Brasil, o “boom” dos livros de autoajuda e da indústria do misticismo e apocalipse é um fenômeno que ocorre paralelamente ao crescimento das seitas religiosas – cristãs e não-cristãs. Num caso e no outro, as pessoas buscam a cura, o consolo, o aconselhamento espiritual fora da ortodoxia. Isto é, através de práticas mais flexíveis, por meios mais acessíveis. As terapias atendem à classe média alta letrada, como os livros de autoajuda, e descrente. As seitas seduzem os não tão sofisticados e menos “favorecidos”. O paralelo, aqui, é sociológico num sentido amplo. Mas há uma analogia essencial entre religião e terapia.

Numa famosa carta ao amigo Oskar Pfister, Sigmund Freud definiu os psicanalistas, junto com os oradores, como “pastores de alma leigos”. A psicoterapia aparece claramente como um sucedâneo da prática religiosa, num mundo secularizado. Ela só poderia surgir com a morte de Deus, parafraseando Friedrich Nietzsche. Estas são considerações muito genéricas (alguns diriam nebulosas). O fato é que, no Brasil, os oradores, os profetas do apocalipse, místicos e livros de autoajuda proliferam como cogumelos depois da chuva. Esses “camelôs” motivadores do ego, invadem a vida particular de seus fiéis seguidores, mesmo sem formação em psicologia, em teologia ou oratória, escancaram a vida particular, como numa vitrine, intimidando e favorecendo a popular “fofoca” ou maledicência no grupo. O cúmulo da generosidade da figura do “conselheiro”, independente de classe social e raça, fervilha em grande quantidade, geralmente nas épocas de crise, desigualdade social, desemprego e grandes catástrofes em países das Américas latina e central, fortemente influenciados pela visão maniqueísta da religião. Isto reflete o medo e a insegurança da sociedade em geral.  O mundo hoje está mais complexo e as gerações atuais sem tantas esperanças. O clima é completamente diferente: as pessoas estão muito mais interessadas em se estruturar do que em se expressar.***___Rubens Shirassu Júnior, escritor, pesquisador, jornalista e pedagogo em São Paulo. Autor, entre outros, de Religar às Origens (ensaios e artigos, 2010) e Sombras da Teia (contos, 2016)

 



fonte: Rubens Shirassu Júnior



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Também estreando idade nova, a sempre elegante, Carla Samartino, que neste sábado apaga velinha e recebe o carinho mais que especial dos familiares e rol de amigos. Sucessos, Saúde, Amor, Paz e Prosperidades, são os nossos votos para o novo ano.  A coluna de hoje é dedicada a amiga de longas datas, Fidelmaria Reis, que nesta semana recebeu quilométricas homenagens pela comemoração de mais um ano. Na oportunidade filhos, netos, amigos cantaram o tradicional Parabéns.  Nós da família do JCC desejamos que esse novo ano seja o melhor que já viveu. Feliz Aniversário! Celebrou data nova a linda Juliana Bruzzon que recebeu os calorosos abraços dos pais Amarildo e Zezé, dos amigos e familiares. Desejamos um ano pleno de alegrias e sonhos realizados.
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