Cotão da Boa Fé
Data:24/04/2019 - Hora:08h41
Reprodução Web
O Congresso gastou nos últimos dez anos R$ 2,8 bilhões, apenas e tão somente, para ressarcir deputados e senadores por despesas como alimentação, combustível, fretamento de aeronaves, hospedagem e passagem aérea e até ontem, como diria o Xomano de Cuia, sem mecanismo para checar se o serviço descrito na nota fiscal foi de fato prestado, o chamado cotão parlamentar da Câmara, que só perde para a ZPE de Cáceres, pois completa dez anos de sua criação no mês de maio, ao passo que nossa Elefante Cotinha já passou dos 30. Nunca é demais lembrar aos fracos de memória e fortes de bolso com dinheiro nosso, a maioria dos políticos eleitos, que o tal cotão na Câmara foi criado e assinado pelo então deputado Michel Temer como reação ao escândalo conhecido como farra das passagens, que revelou o uso descontrolado de verba para comprar voos nacionais e internacionais até mesmo para parentes. No Senado, o cotão foi criado em 2011 pelo então senador José Sarney (MDB). O acumulado desde 2009 mostra que os senadores geraram despesas no valor de R$ 300 milhões. Simplesmente, trocou seis por meia duzia, com a desculpa de moralizar, (eita que demagogia do capeta) o tal esquema, que perdurou de 2007 a 2009, resultando no oferecimento de denúncia contra 443 ex-deputados, que de antemão se sabia, não iria dar em nada mesmo. A prova é que além desses, outros nove inquéritos civis foram abertos por uso irregular da cota ao longo dos dez últimos anos e até ontem, nenhum caso foi punido pelo Congresso ou pela Justiça. Um levantamento revela que até hoje foram reembolsados R$ 2,5 bilhões em despesas de deputados. As passagens aéreas seguem no topo do ranking dos pedidos de ressarcimento atendidos pelos deputados. Em dez anos, os deputados receberam da Casa R$ 489 milhões para fazer face a essa despesa.No Senado, o reembolso com passagens em dez anos soma R$ 50 milhões em valores corrigidos. Também é a maior despesa. Sabiam que o segundo maior gasto na Câmara é com a divulgação da atividade dos deputados, que custou R$ 410 milhões? Pois é, eles tem verba de publicidade e a gente aqui, ó, não recebeu nenhuma API, sequer de R$ 410,00 via deputados. Mandar releases pra mídia interiorana eles mandam, mas valorizar a nossa imprensa, necas de pitibiriba. E ninguém, está aqui pedindo favores, apenas lembrando que pelo menos 1% desta verba, (R$ 4 milhões e 100 mil) deveria ser destinada às mídias interioranas, em contraprestação de serviços. Como são eles mesmos que solicitam e decidem, na Câmara Federal, foram ressarcidos em R$ 350 milhões, R$ 180 mi para cobrir despesas com consultorias, pesquisas e trabalhos técnicos e R$ 170 mi para combustível. No Senado, as categorias de gastos não são individualizadas, sendo possível saber que foram reembolsados R$ 61 milhões para despesas com locomoção, hospedagem, alimentação, combustível e lubrificante. É muita grana, dinheiro nosso, gasto desregradamente pelos bacanas engravatados, que em sua maioria não fazem jus a 10% destas mordomias. Com salário de R$ 33,7 mil, cada parlamentar tem direito a cota que varia, a depender da distância do domicílio, de R$ 30 mil a R$ 45 mil, no caso da Câmara, e de R$ 21 mil a R$ 41 mil no caso do Senado. Os deputados podem pedir reembolso mensal de R$ 12 mil para aluguel de carro e R$ 6 mil para combustível, por exemplo e uma vez autorizados, os pagamentos não passam por uma análise para comprovar a prestação do serviço. Aí é que o bicho pega, pois nestes casos considera-se que há presunção de boa-fé dos congressistas. Ainda tem a pachorra de alegar Boa fé, depois de tanta gastança presumida como tal, cite-se os deputados Henrique Eduardo Alves e Lúcio Vieira Lima, que alugaram carros de uma empresa que não tinha nenhum veículo e balançada a casa, os órgãos de controle concluíram que não era possível comprovar a denúncia passados cinco anos, da tal Boa Fé. Assim não dá, né, Mané?
fonte: Da Redação
» COMENTÁRIOS
|
|
Publidicade
High Society
|