Audiência pública que discutiu sobre o remanejamento das salas de EJA foi marcada por protestos e a
Data:16/03/2019 - Hora:10h42
Assessoria
Com a presença de professores, diretores, alunos e representantes da Secretaria Estadual de Educação, a audiência pública que aconteceu na noite de quarta-feira, na Câmara Municipal de Cáceres, foi marcada por protestos e apelos, uma vez que a medida de realocar as salas e concentrar as aulas do EJA e CEJA somente na Escola Milton Marques Curvo e no Centro Educacional Onze de Março, desagradou centenas de alunos beneficiados pelo programa Ensino de Jovens e Adultos.
A discussão envolta ao remanejamento, teve início às 18h30, com o apoio dos vereadores Rubens Macedo (PTB), Claudio Henrique Donatoni (PSDB), Valdeníria Dutra (PSDB), Elza Basto (PSD), Cézare Pastorello (SD) e Wagner Barone (PODEMOS) que representaram o Poder Legislativo.
Entenda a medida
A Portaria 605/2018 publicada no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso em Novembro do ano passado determinou, em Parágrafo Único: “A partir de 2019, para não descaracterizar a Proposta e a Política dos Centros de EJA, buscando a melhoria do atendimento e fortalecendo a qualidade do ensino, não haverá composição de Salas Anexas e Espaço Compartilhado nos CEJAs.”
Em Cáceres, a oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA) passaria a ser concentrada na Escola Milton Marques Curvo e no Centro Educacional Onze de Março. Isto obrigaria, por exemplo, os 120 alunos do EJA da Escola Dr. José Rodrigues Fontes, no bairro Cavalhada, a se deslocarem por cerca de 6km até a Milton Marques Curvo (ida e volta). A distância inviabiliza condições estáveis de aprendizado, visto que muitos alunos também trabalham.
A audiência
Quando convidado a justificar a decisão de fechar as extensões e atividades na escola Dr. José Rodrigues Fontes e dar outras explicações, o representante preferiu não se manifestar e permaneceu o restante da audiência apenas como ouvinte e observador.
De imediato o microfone foi disponibilizado para a população prestar suas preocupações e reivindicações. Aleonis Martins da Silva, aluno do Rodrigues Fontes, pediu uma solução para o problema. Ele citou as longas caminhadas que passaram a ser rotina para alunos que moram longe do centro, muitos dos quais trabalham, e que a decisão afeta mais de 120 pessoas.
O aluno também contestou a necessidade de ir até Cuiabá apenas para falar com o Governo Estadual e explicou a importância do acesso ao programa: “Queremos que um servente de pedreiro também possa ser um advogado, que um pedreiro seja um arquiteto”.
A professora Edileuza Oliveira atribuiu a medida a uma tentativa arbitrária do Governo de cortar despesas, e o vereador Cézare Pastorello observou que o Rodrigues Fontes não possui sala anexa do CEJA, tendo seu próprio EJA, e por isso não deveria ter sido afetado pela portaria, que diz respeito apenas às salas anexas e compartilhadas dos CEJAs. O vereador Rubens Macedo fez coro aos protestos contra a medida e disponibilizou o carro da Câmara Municipal para as viagens até a sede do Governo.
Na pessoa do vereador Claudio Henrique Donatoni, a Comissão de Educação da Câmara afirmou que o Poder Legislativo “não está sendo omisso”, citando os esforços feitos, e sinalizou para a marcação de uma audiência com o Governador Mauro Mendes (DEM) para discutir a medida. Relatou-se, também, a proatividade dos vereadores Rosinei Neves (PV) e Jerônimo Gonçalves (PSB), que assinaram abaixo-assinados junto a alunos.
fonte: Redação com Assessoria
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