Estancando a Sangria
Data:21/12/2018 - Hora:17h20
Reprodução Web
Lembra daquela noite memorável, o formando de beca, a familia e amigos no salão nobre da universidade, o juramento, em ciencias juridicas, de Thêmis, em ciencias medicas, de Hipócrates,, o de agronomia, o de engenharia e os cambaus, tudo muito singelo, não é mesmo, doutorzinho? Passamos por isso na década de 90 do século XX, modestia a parte, fiel ao juramento de Thêmis, de exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a rápida administração da Justiça, etc e tal. Na vida pratica, conhecemos o outro lado da moeda, o podre, seguido por muitos e quiçá por seguir pela via normal, a luta foi desigual, porém gratificante, na certeza do dever cumprido perante a sociedade. Não amealhamos fortuna, sobrevivemos, como muitos funcionais dígnos, nenhuma virtude e sim, obrigação para sí e para com outrém. Não podemos dizer o mesmo de alguns, empoderados em palacetes, fazendas, festanças de luxo, carrões nas garagens de condominios, impunes em suas maracutaias, ou escachados em operações policiais, da justiça e ou ministério público, atolados até a alma, no lodo pútrido da corrupção, cujo rastro de destruição é visivel já na fase inquisitória. Um dos nefastos exemplos, a máfia medica integrada por maus profissionais que deveriam cuidar da vida e com suas omissões e gana pelo vil metal, operam a diabólica maquina destrutiva do descaso em prontos atendimentos e hospitais públicos, mancomunados com empresários bandidos. Claro, que felizmente é uma minoria neste universo de anjos da guarda de jalecos brancos cumpridores do juramento de Hipócrates, mas a minoria já basta para os estragos fatais. Só pra lembrar, em 2015, a Operação Desiderato desarticuou uma organização criminosa composta por médicos, profissionais da saúde e representantes da indústria farmacêutica de próteses cardíacas, que viabilizavam procedimentos cardiológicos sem a real necessidade clínica dos pacientes, muitas vezes simulando procedimentos, com o objetivo de desviar verbas do Sistema Único de Saúde. E a Máfia das Órteses e Próteses? Esta envolveu em 2016, médicos e empresários que ganhavam dinheiro instalando órteses e próteses em pacientes que não precisariam delas e a mais recente bomba explodiu esta semana em Cuia, Báh, como diria o gaucho, Barbaridade, Chê! Por Esculápio, Higia, Panacea e Apolo, que a Sangria necrosou pelaqui. Dançaram o raqueado na chincha da delegada da Defaz, Maria Alice Barros Martins Amorim, ex-secretários, medicos empresários e comparsas monopolizadores da saúde pública de Mato Grosso. Os alvos desta segunda fase da Sangria, três médicos, um gerente de licitação, um coordenador financeiro e funcionários das empresas prestadoras de serviços médicos hospitalares, investigados em crimes de obstrução à Justiça, praticada por organização criminosa e coação no curso do processo. O grave, o poder de influência do grupo dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencentes a eles possam atuar livremente no mercado, deteriorando a saúde pública de de Mato Grosso. Um exemplo claro, levantamento feito pela Central de Regulação, apenas em Cuiabá, em 2017, apontou que 1.046 pessoas aguardavam por uma cirurgia cardíaca de urgência e outras 390 por um procedimento cardíaco eletivo. Quantos não morrem em filas e corredores de PS, PAS e hospitais? Oxalá, com este diagnóstico, a justiça possa extrair um laudo positivo, cumprido o devido processo legal, expurgando os culpados, deste setor.
fonte: Da Redação
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