Missão deve avaliar impactos de hidrelétricas no Pantanal
Data:05/10/2018 - Hora:14h45
Assessoria
A Comunidade de Porto Limão, que vive nas margens do Rio Jauru, em Cáceres, recebeu na última segunda feria, 1º a visita de membros do Conselho Nacional de Direitos Humanos, convidados a participar da missão a Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneira, Instituto Gaia e Instituto Caracol, com o objetivo escutar e acolher as denúncias que a comunidade vem sofrendo desde a construção e instalação de uma cinco pequenas centrais hidrelétricas e uma central hidrelétrica no rio.
A missão faz parte das atividades do Grupo de Trabalho Direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais, que ao longo de 2018 vem realizando visitas a todos os estados da federação com o intuito de verificar as agressões e violações de DH, e produzir um relatório sobre situações desses grupos. Em Mato Grosso a comunidade de Porto Limão foi escolhida como representativa do Pantanal para esta oitiva.
O encontro reuniu moradores da comunidade tradicional do Porto Limão e representantes de Campo Alegre e Porto Alambrado, situadas as margens do Rio Jauru. A coordenadora da Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneiras Cláudia de Pinho, juntamente com o representante Conselho Nacional de Direitos humanos Paulo Maldos, conduziram o diálogo, explicando o motivo da visita para que a comunidade pudesse relatar as situações de violações que vem vivenciando.
Um dos pescadores do Porto Limão, conta que mora ali sua vida toda assim como seus avós e bisavós, ele relata que antes destes empreendimentos no Jauru “o rio era bonito, dava para viver da pesca, hoje é muito difícil, ninguém avisa quando vão liberar água no rio, uma hora está cheio e de repente abaixa tanto a água que os barcos ficam encalhados,” pontuou. Outros moradores relataram com emoção o dia em que o rio secou, um dia de muita tristeza, porque fecharam o rio de uma vez e quando abriram o que se viu foram muitos peixes mortos, pintado, dourado, pacú, jurupensém, piau, corimbatá, arraia, lambari.
Outro dano está relacionado a disponibilidade de pescado, por causa das PCHS os peixes não sobem mais para fazer a desova, e com a oscilação da água dos rios muitos cardumes ficam aonde tem mais água que é no Rio Paraguai. Membros da comunidade relataram também que não podem mais plantar porque os locais, tradicionalmente usados para o plantio para subsistência, agora inundam, provocando êxodo local, pois antes eram 18 pescadores e atualmente são 12 que ainda resistem.
fonte: Assessoria
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