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Votar é “fazer” um país
Data:20/09/2018 - Hora:08h12
Votar é “fazer” um país
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O voto é um direito a ser exercido, com a consciência e com a coragem de cada um. Para mim, não há dúvidas sobre isso. E inclusive não é de hoje que venho me manifestando nessa direção. Porém, dada a sua importância e a sua repercussão direta nos rumos e destinos da comunidade, e não apenas na vida particular desta ou daquela pessoa, seu exercício não pode ser o resultado de nosso próprio egoísmo.

O que quero compartilhar é que, conforme ouvimos por aí, “o voto é coisa séria”, mas, que fique claro, não porque é obrigatório, ou porque, caso não exercido, gerará ao faltoso uma multa ou qualquer outra punição, mas porque votar está intimamente conectado com o modelo de sociedade que desejamos construir.

Como votar então? Há um manual? Há um passo a passo? Fui perguntado por uma estudante, justamente sobre isso, em um evento que participei há alguns dias. A resposta foi negativa. Não há uma cartilha que seja “batata", ou uma teoria mirabolante – quem sabe um dia inventem, rs – para a escolha de um candidato ou de uma candidata. Contudo, expliquei a ela, há, digamos, alguns pressupostos, alguns pontos dos quais eu, particularmente, costumo partir quando me lanço nesse desafio.

Primeiro, votar não consiste em uma ação sem conteúdo, superficial, separada da realidade que, em parceria, ajudamos a construir. E o voto, como consequência, não consiste em um recipiente vazio, a ter o seu volume preenchido com qualquer coisa, sem se preocupar ao menos com a qualidade e a natureza do que está sendo colocado – se água ou veneno, por exemplo.

Segundo, votar não é um ato a ser motivado por desespero, medo, picuinha ou capricho. Confesso que às vezes me assusto quando escuto algo assim. E também confesso que não raro venho escutando esse tipo de afirmação. Fico imaginando: como assim medo [...], como assim desespero [...]. E, no intuito de entender o que se passa, fico me questionando: desespero de quê? Medo de quê? O que está sendo considerado nessa leitura? Quais critérios estão sendo utilizados? A preocupação é unicamente particular ou é mais ampla? E retornando ao caso do desespero que alguns dizem ter, afinal, para

superá-lo, vale tudo? Qualquer explicação? Qualquer argumento? Qualquer palavra de efeito? Qualquer direção? Qualquer aventura?

Terceiro, votar é ato que deve congregar uma intensa discussão e reflexão sobre pautas de reivindicações coletivas e plurais. Isto é, para além de um olhar exclusivamente setorizado, que tende a diminuir o debate e a minimizar os nossos enfrentamentos reais, votar é alargar horizontes, é aprender, socializar e se descontruir, quando for preciso, com as demandas do outro – daquele que não pertence ao nosso círculo de amizades, que não mora em nosso bairro e, a depender das circunstâncias, nem em nossa cidade vive – porque votar sob esse aspecto faz parte de algo muito maior, votar envolve o destino de multidões.

Quarto, votar é assumir posição com criticidade e liberdade. E, nesse trilhar, nunca se esquecer de que para toda posição assumida, um compromisso político e uma responsabilidade social são gerados. E assim me refiro, porque, por vezes, parece-me que encaram as eleições como um grande “playground” para brincar ou para aprontar das suas. Ou – e não sei qual é a pior vibe –, encaram as eleições como um palco, onde, por uma ou duas temporadas, os candidatos se digladiarão, trocarão farpas e acusações, enquanto os eleitores apenas assistirão de camarote os episódios, com pipoquinha e tudo, postarão incessantemente suas preferências e torcidas nas redes sociais e até, muito provavelmente, organizarão fã clubes de seus escolhidos.

Quinto, por fim, votar é ter calma. E que essa calma não seja entendida como “conformismo", acomodação ou alienação. Votar é ter calma, porque é disso que costumamos necessitar quando diante de situações mais complexas, não tão simples de serem resolvidas. Calma para ler, ouvir, estudar, pesquisar, debater, contrapor-se aos achismos, às fofocas, às “fake news" e às conversas de ocasião. Calma para conhecer, analisar, escrever e se manifestar. Calma para compreender que quando votamos nós fazemos um país.

*Dedico este texto aos estudantes do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Imaculada Conceição (CIC), em especial, à Professora Verônica Martinez, cujas interlocuções e compartilhamentos de ideias, em uma manhã de setembro, muito me instigaram.

José Ricardo Menacho - Professor do Curso de Direito da Unemat/Cáceres e escritor.




fonte: José Ricardo Menacho



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