A Bastilha Tupiniquim
Data:18/07/2018 - Hora:09h57
Reprodução Web
Final de semana estávamos batendo um papo com nosso amigo jornalista carioca Fernando Brito e ele comentando que alguns de nossos editoriais, ratificava sua análise de bancarrota tupiniquim, uma situação melindrosa, que até a grande mídia nacional regada às gordas publicidades do governo, não conseguem mais escamotear nas entrelinhas. Exemplos, (acessamos) dois dos maiores jornais do país, estampando noticias até então inseridas no site do Brito e por vezes aqui no Correio Cacerense, mostrando o pessimismo que tomou conta de parte do meio empresarial nas áreas industrial e comercial, deixando o mercado financeiro como único lugar onde há perspectivas de ganhar dinheiro no Brasil. Ou perder, dada a situação de instabilidade que, aqui e lá fora, toma conta da economia. Pois bem, o milagre do cala boca da Copa acabou prá nós há quase duas semanas e prá dita grande mídia, domingo último, com o sobe-sobe de duas nações sérias; oposto do cai-cai do cabelo de macarrão, do poder de compra do assalariado e óbvio, do prestigio político dos poderosos, medido em pesquisas, na margem de erro. Mas, enfim, como diz um colega nosso de uma TV, o que estava ruim, piorou e indica que irá piorar ainda mais, (pior do que está, fica sim, Seu absestado), não é mesmo? Com destaque para o setor de construção civil que, à exceção do emprego doméstico, mais difícil de medir, por conta de sua pulverização, é o que mais emprega no país. Convenhamos, nenhuma surpresa nem mistério nestes índices: é simplesmente, o reflexo óbvio da paralisia que tomou conta do Governo Federal, sobretudo, e dos governos em todos os níveis. Falando em queda, domingo último, dia 15, coincidentemente, os franceses com o bi-campeonato mundial na Rússia, comemoravam a queda da Bastilha, dia 14 de julho de 1.798, com suas raízes socioeconômicas. Bastilha representava o Estado, detentor do poder econômico, sem a representatividade política equivalente, o povo marginalizado e faminto, enquanto os poderosos, governantes e nobreza, gozavam de múltiplos privilégios. Fato que gerou uma reação em cadeia por toda a França, fazendo surgir um movimento popular organizado e armado, composto por uma camada popular urbana dominada pela burguesia, e outra, formada no campo e caracterizada pela radicalização revolucionária. E a arapuca poderosa caiu em 1.798, há 220 anos passados. Não temos claro, o futebol da França, mas temos a nossa Bastilha, e sem reação popular, não vemos solução possível para reativar a economia brasileira senão pela recuperação de um clima de normalidade política. Nada a esperar do governo com seu discurso, que não tem o que prometer senão “ordem” e “lei”, uma espécie de brioches modernos a quem vai faltando o pão.
Muito bem lembrado pelo amigo Brito, nosso país, está sendo dirigido por gente na economia e nos aparelhos de Estado, que não consegue alcançar a idéia de que ou temos uma política inclusiva ou não teremos política alguma que se sustente. Nada lhes passa à cabeça para resolver seus problemas senão trazer um rottweiler para tomar conta da casa. Veja o leitor que o IBGE não mente, e ele divulgou no final de semana, o resultado do setor de serviços no Brasil, no mês de maio. A queda de 3,8%, pesa muito nos cálculos do Produto Interno Bruto: representa 73% do total de toda a atividade econômica. No ano de 2018, e nos últimos 12 meses, o acumulado voltou a índices claramente negativos, ficando 1,3% negativo em relação ao período de janeiro a maio. Nos subsetores, só o de intermediação financeira (bancos) tem resultado positivo, assim mesmo de apenas 1%. A perspectiva de desempenho da economia brasileira, que começou o ano com “sonháticos” 3% já baixou, nas contas oficiais do Governo, para algo em torno de 1,5% e cá prá nós, sem pessimismo, mas com realismo, duvidamos que chegue a 1%. Esperar prá quando?
fonte: Da Redação
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