Dinastia dos Barões Saruês
Data:28/06/2018 - Hora:08h15
Reprodução Web
De pai para filho, de filho para neto, de neto para bisneto, e assim sucessivamente, a saga de um clã político parece não ter fim, e isso vem desde 1821, bem antes de D. Pedro I proclamar a Independência do Brasil, a família Andrada vem se perpetuando no congresso nacional e parece ter fôlego para manter o sobrenome por mais gerações. O caso da dinastia Andrada, com o 10º mandato do deputado federal tucano Bonifácio de Andrada, representando a 5ª geração de uma família que já teve outros 14 representantes no Parlamento brasileiro nos últimos 194 anos, é apenas um. Num baculejo politiqueiro do reino tupiniquim, vamos nos deparar com dezenas e centenas de casos similares ao do precursor dessa profissão de acomodados, o famoso José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como o patriarca da Independência. Com um patriarca destes é que nossa democracia vive refém de reais defensores do povo, trabalhadores da senzala, bancando herdeiros de Casa Grande, sobrevivendo de pesados ônus sem bônus aos direitos constituídos numa Carta Magna esfarrapada. Veja o leitor que não estamos exagerando ou radicalizando, um estudo da Universidade de Brasília analisou os 983 deputados federais eleitos entre 2002 e 2010 para concluir que, no período, houve um crescimento de 10,7 pontos percentuais no número de deputados herdeiros de famílias de políticos, atingindo 46,6% em 2010, número próximo aos 44% encontrados pela Transparência Brasil no mesmo ano. Logo após a última disputa eleitoral, a ONG divulgou outro levantamento que concluiu que 49% dos deputados federais eleitos em 2014 tinham pais, avôs, mães, primos, irmãos ou cônjuges com atuação política, o maior índice das quatro últimas eleições. Trocando em miúdos, o jogo político da parentalha aumenta a cada pleito, ampliando o poder conservador nos feudos familiares e o povo que se dane. No poder, os saruês do século XX e XXI usam de estratégias de manutenção dos clãs no poder acabando por torná-los uma espécie de empreendimento, uma vez que a política também é vista e comprovada em muitos casos, como forma de enriquecimento pessoal, com projetos bem definidos para a ocupação até mesmo de espaços que credenciam para a disputa eleitoral. E o trem é mais cosquento ainda se analisarmos que a oligarquização da política se reflete não só no Congresso Nacional, mas em assembléias estaduais, câmaras de vereadores, nos poderes executivo e judiciário, e na mídia, fechando o cerco. Vejam o caso da família Campos em Mato Grosso, claro exemplo de oligarquização parental política, claro, que tem uns tão medíocres, que mesmo portador deste ranço, não conseguem se eleger, esquecidos em últimas suplências. O mais triste dessa conclusão fática é saber que o grande culpado do voto de cabresto dos coronéis saruês das últimas décadas, é o eleitor incauto, subserviente aos ladravazes de gravata, que compram o voto do escravo com migalhas e promessas mentirosas. Sim, pois sem o voto nas urnas, eles não estariam se perpetuando no poder, fazendo da política uma organização criminosa e mantendo no cativeiro do descaso, os trabalhadores do patropi, que os bancam com a sangria maldita dos impostos.
fonte: Da Redação
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