Sabe aquele velho ditado quem vê cara não vê coração? Então, quanto mais eu conheço o ser humano, mais gosto do meu carro e do meu cachorro, porque o carro me dá despesas sim, mas também conforto, e meu cachorro, é verdadeiro, já muitas pessoas nem sempre são o que aparentam ser, tanto pro bem como pro mau, podem ter a aparência bondosa e ser, na verdade, uma oportunista, falsa, etc. Apesar disso, não podemos julgar as pessoas apenas pelas aparências, mesmo correndo o risco de uma cilada, risco faz parte e  já vi muita gente quebrar a cara, além de que esta postura é preconceituosa, cautelas, neste mundo cão, a gente precisa sim, mas sem prejulgar pelo rótulo. Alguns casos que testemunhei, registro aqui, como mostra do que, creio, acontece diariamente por este mundão, mesmo o bullyng ultimamente assustar inconsequentes. Lembro-me que certa vez na loja de mamãe, apareceu um senhor de roupas simples, barba por fazer, um calçado comum, fala meio acaipirada, e ficou alguns minutos olhando roupas nas gôndolas, sem que ninguém se preocupasse em atendê-lo. Mamãe foi até ele com aquela delicadeza imparcial e com meia dúzia de palavras, soube que ele procurava um vestido para o casamento de sua filha. Nem precisa dizer, que além do vestido de noiva, ele saiu de lá com  mais dois vestidos de festas para a esposa e filha e um terno para ele, no grande dia, uma venda grande, paga a vista, dim-dim em espécie, que tirou de um embornal de pano que trazia no ombro. E, que, deixou as vendedoras roxas de inveja, além, claro, do sermão da Mama Dona Orfélia, cuja lição, as preconceituosas jamais se esqueceram. Outro caso que presenciei, o do cidadão pardo, de pequena estatura, chinelos e roupas simples, bermuda e camiseta, afinal, era uma tarde de sábado e fazia calor. Pois bem o tal entrou numa livraria, selecionou uns livros caros, foi ao caixa, pediu a soma e tirou um talão de cheque do bolso pra pagar. O livreiro, meu conhecido, questionou-me com o olhar, e assenti que poderia receber a cártula como pagamento. Quando o comprador saiu, o comerciante ainda meio receoso de ter sido vitima de um malandro foi me perguntar se eu conhecia o tal baixinho. E, ficou ainda mais assustado, quando lhe disse que era um promotor de justiça, diretor do fórum local e da faculdade de direito. Estes são apenas dois de muitos exemplos que devem servir para comprovar que realmente, quem vê apenas cara, não passa de um vesgo. Claro, que cautela e caldo de galinha nunca fizeram mal à ninguém, que o mundo está cheio de malandro aguardando apenas uma deixa que a gente deixe, pra atacar, isso é vero; que o bom não traz estrela na testa, como diziam os antigos, mas prejulgar uma pessoa pela simples presença, roupa, sapatos, modo de falar, além de pré-conceito e contrariar os ensinamentos de Deus, e com certeza, denigre a pessoa consigo mesma. Risco, todos nós corremos, já diz o adágio que o mesmo risco que corre o madeiro, corre o machado, precaução faz parte, já ser radical, medir e pesar o próximo com suspeições, não cabe num conceito pré e pós de um comportamento são, concordam? Concluindo, quem vê só a cara, não passa de um vesgo e não adianta usar um ray-ban, que vai bater a cara contra o muro, quando se olhar no espelho da alma. ***___Rosane Michelis, jornalista, pesquisadora, bacharel em geografia e pós em turismo.

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