Acordos Inflamável
Data:08/06/2018 - Hora:08h18
Reprodução Web
Praticamente uma semana após o fim da greve dos caminhoneiros no Brasil e da instituição da tabela de fretes por medida provisória para atender a demanda dos grevistas, considerada uma das maiores vitórias da mobilização, a tabela pode estar com os dias contados na sua forma atual devido à pressão do empresariado, nenhuma surpresa nisso. Se os motoristas temiam que grandes grupos pudessem derrubar a tabela, eles não estavam errados; a gota d’água vem do xerife do agronegócio e ministro da agricultura Blairo Maggi, que afirmou na ultima quarta feira, que a Agência Nacional de Transporte Terrestre vai rever a tabela de preços de frete divulgada após aquele acordinho pra inglês ver, tido como uma decisão do iluminado temerário. Embora o galego pé-vermelho diga que ninguém está querendo fugir do acordo, acena com uma possibilidade de se fazer são as contas e que a tabela seja justa para todos os lados, como se o que havia antes dos motoristas puxarem o freio era benéfico para os transportadores do progresso da gentil pátria amada Brasil. Com a força do galego ministro, a tal ANTT, assegura que vai buscar fazer uma readequação dos valores e que publicará ajustes em breve, com dados mais detalhados. Essa conversa fiada de ajustes a gente já conhece de cor e salteado e o papo furado de que o frete muito caro e, sem uma revisão dos valores, pode haver impacto na inflação, é desculpa esfarrapada, impacto na inflação é conseqüência do alto custo/gestão pública. Também não se ajusta na realidade caótica do país, a alegação política de que a normatização real dos fretes possa desequilibrar o resto da economia. Só numa coisa, a gente precisa concordar com Maggi, quando ele diz que quem vai acabar pagando a conta é o consumidor, mas isso não é novidade. O povo trabalhador e honesto, incluindo no rol, os milhares de caminhoneiros, já vem pagando diariamente, os altos gastos dos três poderes, com seus privilégios e benesses. Seria bom que o ministro antes de defender a sua digna casta, se conscientizasse do dia a dia dos caminhoneiros, uma categoria massacrada, que há 30 anos esse profissional vem sendo explorado e só consegue alguns direitos, atropelando o algoz governo. Se a última paralisação causou prejuízos ao país, maior exportador de soja e o segundo de milho no mundo, os aviões da FAB que abasteceram os aeroportos de combustíveis durante os bloqueios, poderiam servir de graneleiros até os portos, ou são dois pesos e uma só medida? Neste imbróglio de lacaios oportunistas, discute-se assim acionar-se a Justiça se não houver uma mudança na tabela, classificada como retrocesso, questionar a legitimidade da tabela, enfim, dar uma rasteira nos caminhoneiros. É muito bom que o governo, e seu staff não esqueçam que promessa é dívida, que acordos se honram ou, como buzinou bem alto Ivar Luiz Schmidt, representante do Comando Nacional do Transporte, se essa tabela cair, vai ter uma greve pior que a última.
fonte: Da Redação
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