Bebê indígena enterrada pela bisavó, resgatada após 7 horas
Data:07/06/2018 - Hora:08h32
PJC/MT
O resgate da índia recém-nascida depois de ser enterrada viva pela família dela, anteontem (5), em Canarana, é visto como um milagre por policiais que ajudaram a salvá-la, ao descobrir que ela estava viva no momento em que cavavam para retirar o corpo do local. “Podíamos ouvir um choro, bem pequeno, embaixo da terra”, declarou o major e comandante da Polícia Militar em Canarana, João Paulo Bezerra do Nascimento.
Os policiais calculam que a criança ficou enterrada por sete horas – entre as 14h e 20h de terça-feira em uma cova de 50 centímetros de profundidade. A menina está no Hospital Regional de Água Boa. A família indígena, seguindo os costumes deles, enterrou a menina no quintal da casa deles. A bisavó, Kutz Amin, de 57 anos alegou que a criança não chorou e, por isso, acreditou que estivesse morta.
Segundo o comandante, os policiais se surpreenderam com a história por duas vezes: primeiro, pelo fato da família ter enterrado a criança e não comunicado às autoridades. Segundo, pelo fato da menina ter sobrevivido embaixo da terra por tantas horas.
O procedimento legal é a PM comunicar a situação à Polícia Civil, que por sua vez liga para a Perícia Oficial e que faz a retirada do corpo. Como os peritos estavam em outra cidade, longe dali, o policial começou a escavação, podíamos ouvir um choro bem pequeno, embaixo da terra. Vimos que a criança estava viva, a tiramos dali e levamos para o hospital”, comentou o comandante.
A bebê indígena está sob os cuidados intensivos de uma pediatra desde que deu entrada no Hospital Regional de Água Boa, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES). “Foi como um milagre, ninguém acreditava que essa criança pudesse estar viva e acabou emocionando a todos ali”, concluiu o comandante.
A mãe da adolescente e a mãe do bebê, de 15 anos, foram ouvidas na delegacia e liberadas. A Polícia Civil autuou a bisavó por tentativa de homicídio. Ela disse à polícia que cortou o cordão umbilical e enterrou a menina. “Ela confessou que cortou o cordão umbilical do bebê e, por não ter chorado, ela acreditou que a menina estava morta. Ela fez o enterro do bebê na cultura deles, sem comunicar às autoridades”, disse o delegado Deuel Paixão de Santana.
O estado do bebê é estável e estão sendo aguardados os resultados de diversos exames que já foram realizados. A pediatra pediu ainda novos exames, dentre eles um de tomografia.
fonte: G1- MT com Redação
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