Mané Futrica de Carona
Data:06/06/2018 - Hora:08h23
Reprodução Web
Hoje o editor foi pescar e deixou o espaço para o Mané Futrica, aquele cidadão que parece eclipse, aparece de vez em quando e vaza pras quebradas do mundaréu. Com a palavra, pela ordem na forma regimental, ouvido o douto plenário, como dizem aqueles vereadores que decoram mais que papagaio de zona e concursado público, abre aspas: Bom Dia gente boa, aqui é o Mané Futrica, que de bobo só tem a cara e veio pra passar o FIPe, fazer FIPe - FIPe Hurra na marchinha do Lorde Dannyelvis e secar uns litros nos botecos da vida. Sou vacinado, seu abestado, viajo sozinho e de carona, porque taxa de rodoviária é muito cara e se doer a barriga tem de pagar por fora, prá desapertar, arre égua, que o buraco é mais embaixo, mas se não cuidar, borra. Era pra eu chegar na semana passada, mas com a greve dos caminhoneiros, eu que tava de carona num bruto duma loira dos pampas, aproveitei pra mostrar que sou patriota, pau prá toda obra e to de vorta, prá matar saudades dos Xô - Manos. Lá na boléia, um macanudo via radio Transilvânia dizia que Parente bom nasce malandro, o roto falando do esfarrapado, Égua, deve ser por isso que cara esperto bota a sogra de sócia nos negócios, pelo menos, não é Parente. Já cunhado apesar de não ser parente, começa com C... e já viu, fedeu, corre. Com o preço do diesel, me lembrei daquele pára-choque de caminhão com a frase: Feliz foi adão que não teve sogra e nem caminhão. Chegando perto do trevo do lagarto, a loira parou pra tirar água do calcanhar, que macho tira do joelho e tava aquela fila, parecendo a dos desempregados atrás de vaga no Sine. Tudo esperando pra botar uns goles no tanque, eu doido pra trocar o óleo e um bebum com um corotinho vazio pra encher de álcool, tentou furar a fila e quase foi linchado; mas o bi-trem saiu dos trilhos quando um gaiato gritou no congestionamento: tem uma Brasília parada lá na frente, a turma queria saber onde estava o temerário motorista da Brasília prá pegar ele de coça. Também na conveniência do posto que tinha uma farmacinha quebra-galho prá vender Epocler pra Figueiredo cuspindo cachaça, o pau comeu e foi preciso chamar o guarda da PRF que vigiava os motoristas. Tudo porque um velhinho berrava palavrões aos quatro ventos, ao saber que tinha acabado o estoque de Viagra e não havia previsão de provisão por causa da greve. Do outro lado do balcão da farmácia tinha um baixinho gozador que perguntou ao balconista a senha do wifi pra ele economizar o sap-sap e o cara disse: aqui não tem isso; e o baixinho perguntou: é tudo junto? Coisas de greve é assim, a gente cansa, mas se diverte. Já chegando em Cáceres, desci do bruto da loira, agradeci com um eigalê-tche, trocamos telefone e entrei num bolicho prá tomar uma. A greve tava acabando e estacionado vi um Scania de crente, dava pra saber pelo adesivo no para brisa: “Dirigido por Deus!” Do lado do bruto, um gravatinha com rapadura no sovaco, devia ser o motorista quebra-santo, pois ficou pistola da vida quando o presidente apareceu na plin-plin da telinha do posto falando pro bispo da Assembléia de Deus que o Senhor tinha lhe dito pra ir naquela igreja agradecer pelo fim da greve, que ele era um iluminado. O tal que devia ser da Universal, até que foi educado, dizendo: perdoai, ó Pai, ele não sabe o que fala!. Se fosse só o que fala, tá bom, Vade retro, que eu to chegando, Bom dia pra moçada e curta a charge que selecionei procêis!
fonte: Da Redação
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