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Já deu de protagonista de novela!
Data:30/03/2018 - Hora:09h24
Já deu de protagonista de novela!

Pensando que protagonista não deve só ficar ocupando vaga em novelas e seriados, decidi, dentre tantas reivindicações possíveis, levantar mais uma bandeira: a do protagonismo político e social. Não se trata de modinha passageira. O protagonismo descrito, mais do que um blefe, ou mais do que uma sugestão, significa estimular a participação de todas e todos no espaço público. Não há protagonismo sem participação. Não é o destaque individual, a fama ou o culto à personalidade que convertem uma pessoa em protagonista. É a participação maciça, dialogada e compartilhada no espaço público que consegue essa proeza. E consegue, porque mobiliza e articula interesses dos mais plurais em prol de causas mais amplas, que não são egoístas ou oportunistas, causas que são sensíveis ao real, ao que diariamente bate em nossos rostos e fingimos desconhecer, causas que abrem nossas mentes e corações para um novo tempo, a ser construído, diga-se de passagem, por nós mesmos, a partir de nossas lutas e conquistas. E para que isso ocorra, é preciso transcender os discursos e os anúncios. De lero lero, meus caros, “o andar lá de baixo tá cheio”.

Sabe, andei reparando que nos falta discutir um pouco mais sobre o tipo de participação que queremos. Falamos em participação aqui e acolá, contudo, não temos muita noção do que se trata e de como se manifesta.

Bom, a princípio, já que o Brasil é um país de democracia representativa, dizem que participar seria votar. Em cada eleição então, escolheríamos nossos candidatos, fazendo aí uma avaliação de suas propostas e de suas leituras de mundo – como pensam, como se posicionam e como reagem diante de assuntos caros a nós mesmos. Está aí, isso já seria participar. Ponto final e nada mais. Obviamente que a participação está para além disso. O direito ao voto, exercido em dois e dois anos, pura e simplesmente não consegue reunir em si, todos os elementos que ainda podem ser colocados na conta da participação. A listinha é (e pode ser) bem maior. Se só o voto fosse utilizado como exemplo de participação, estaríamos perdidos. Há mais coisas. Muito mais. Dizem também que tendo dado o voto a um candidato, independentemente do resultado – se eleito ou não – após o pleito, é importante

ficar de olho em quem tiver tomado posse, fiscalizar seus pronunciamentos, suas ações e serviços. É, faz sentido. Digamos que começamos a engrossar o caldo da participação.

Acompanhar os candidatos eleitos por nós, é uma atitude um pouco mais proativa, quando comparada apenas ao exercício em si do direito ao voto. Continuar atento ao que fazem ou ao que deixam de fazer, a apresentação de projetos de leis, as audiências públicas organizadas, suas ausências nas sessões e suas viagens porventura não justificadas, por exemplo, demonstra que, depois das eleições, não cabe a nós, eleitores e eleitoras, lavar as mãos, visto que a representação que admitimos não é um cheque em branco, há deveres a serem respeitados. Mas não para por aí. Dizem mais. Dizem que a participação, aliada às ideias anteriores, é se manter bem informado, atualizado, saber tim tim por tim tim, por “a” mais “b”, de tudo o que acontece no Brasil e no mundo, e se quiser ainda, a depender do interesse, de tudo o que acontece inclusive no universo. E as informações acumuladas – e aqui começa o perigo – não carecem de investigação alguma sobre suas fontes. As pessoas que disseram, a forma como disseram e o que disseram não têm muita relevância. Pra que perder tempo com isso, se o que importa é ter a informação consigo. E quanto mais tiver melhor. E se tiver dados estatísticos, nossa! Fica melhor ainda. Olha, parece piada, mas é o que dizem e é o que fazem. É o que, na verdade, muitos fazem. E muitos fazem com gosto, com vontade mesmo, o que é ainda pior.

Participação não combina com senso comum, com boataria, com disque me disque, com achismos e, principalmente, com fontes únicas. As informações são importantes, manter-se informado é importante. Acredito inclusive que estar antenado é um incentivo e tanto para a participação. Mas isso não pode ser entendido como uma carta branca para a reprodução e o repasse de qualquer notícia, sem ao menos consultar sua origem. Não é a quantidade que faz a diferença, mas a sua qualidade. E a qualidade é filtrada por nós mesmos, e não por um terceiro iluminado a nos guiar. É filtrada a partir do momento que passamos a questionar e problematizar o que vemos, ouvimos e sentimos. Pra variar, dizem muita coisa, com frequência fazem isso. E assim continuam: dizendo muita coisa. Dizem tantas vezes e com tanta insistência, que passamos a não mais suspeitar sobre o que dizem. De tanto dizerem, passamos a replicar o mesmo discurso. Saímos então dizendo e aceitando o que já foi dito, até porque, não custa nada para nós repetir o que já disseram. A distorção vira verdade, e do dito pelo não dito, naturalizamos.

Como mencionei a participação não se resume ao voto, tampouco se resume à fiscalização dos nossos representantes, muito menos ao número de informações captadas pelos jornais e redes sociais afora. A participação no espaço público exige mais de nós. A participação exige uma postura ativa e responsável diante dos fatos sociais; exige dúvida e desconfiança dos dogmas que espalham pelas ruas e esquinas; exige disposição e solidariedade de modo a provocar em si e nos outros sentimentos de inquietação e de não-conformismo; exige análises e leituras de novos planos para a concretização de justiça social; luta, a participação exige de nós luta. E não se trata de uma luta parcial, quase minguando, por uma ou duas batalhas, mas uma luta constante, intensa. Uma luta que seja renovada pelos nossos desejos de apreciar e saborear, para hoje, e para o futuro, novos amanheceres. ***___José Ricardo Menacho - Professor do Curso de Direito da Unemat/Cáceres.




fonte: José Ricardo Menacho



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