Vida de Biscates
Data:13/03/2018 - Hora:08h33
Reprodução Web
A farsa da queda na taxa de desemprego, o fim da crise, da reecessão e de outras mazelas, apregoadas pela mídia pelega e capacha, a serviço dos poderosos algozes da comunidade humilde trabalhadora, está longe de ser um dado positivo na Severina republica das bananas também chamada de Brezil. Alegações milagreiras da redução do desemprego, cujo percentual teria sido impulsionado pela elevação da taxa de informalidade confirma muito mais a precarização e a falta de perspectivas no trabalho formal, do que uma luz no fim do túnel. Há seis meses, a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio, a PNAD do IBGE, apontou queda no número de desempregados no Brasil, que passou de 13,6% no primeiro trimestre de 2017, para 12,8% no segundo trimestre; mas peca no sentido de CTPS, pois computa como empregado, aqueles contratados sem carteira assinada somado aos que agora trabalham por conta própria. O falso dado sintetiza uma cena cotidiana na sociedade brasileira, senão vejamos: um trabalhador acaba de ser demitido, percorre a cidade em busca de uma nova oportunidade de emprego, mas não consegue. Preocupado com as contas que se acumulam, aceita fazer pequenos bicos. É o tal biscate, serrviço eventual, mal remunerado, sem qualquer segurança quanto ao vínculo empregatício, sem previdência social, férias remuneradas, vale-refeição e muitas vezes nem o direito ao descanso semanal. Mas, o bastião, o Zé, a Maria diante da necessidade, não sabe e nem quer roubar, não é político que vive do suor alheio, e assim, se submetem, às adversas condições; e eles não são poucos, centenas de milhares. Para ser mais preciso, conforme o ultimo PNAD, 461 mil contratados nessa semi-escravidão e outros 351 mil, que tiveram de se aventurar a trabalhar por conta própria, em um universo de 13,3 milhões de desempregados. Daí, eles deduzem e de forma errônea, mal-intencionada que o desemprego caiu de 13,6% para 12,8% no período e em manchetes Bonerianas, a plin-plin destaca em horário nobre durante uma semana, a falsa boa nova e milhões de incautos humildes engolem. Veja o amigo, que a pesquisa mentirosa manipulada pelo governo, se analisada na ótica da realidade, evidencia uma legião de trabalhadores que para sobreviver se submete a situações extremamente precárias de trabalho, em que direitos trabalhistas e seguridade social já não existem mais. Neste circo dos horrores da mentira oficial propalada como verdade pela grande mídia, os politiqueiros e seus lacaios não apenas defendem os interesses dos grandes empresários, mas se arvoram no pífio discurso de defesa do emprego, quando na prática, sacrificam os direitos da classe trabalhadora para continuar garantindo a ampliação ilimitada do lucro. Esses setores e seus pinóquios alegam ainda que a flexibilização das leis trabalhistas e quando aprovada a própria reforma da Previdência (oxalá, nunca) irão para melhorar a economia do país, mas o papo furado esbarra em contradições. Primeiro, que quando um trabalhador é contratado com carteira assinada, a empresa recolhe valores na folha de pagamento que são repassados para a União, para alimentar fundos de seguridade social para os trabalhadores. Segundo, que, tais recursos também são utilizados para investir em programas sociais e quem comemora o aumento da informalidade, dos biscates, são aqueles que em sua maioria, não pagam impostos e, se políticos, estão lixando para os programas sociais. Trocando em miúdos, a forma correta para saber o índice de desemprego num país, é simples, através da formalidade, quantas pessoas têm carteira assinada, pois quando a pessoa entra na informalidade, ela deixa de aparecer nas estatísticas, mas oficialmente está desempregada. Em cenários de crise, e ela não acabou, sejamos realistas, o trabalho formal é o primeiro a retrair e concluindo, na informalidade, não só a qualidade do emprego cai, (já que não há direitos como os garantidos pela CLT), como a insegurança aumenta.
fonte: Da Redação
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