Redescobrindo o Brasil
Data:09/03/2018 - Hora:18h23
Trata-se de saber se temos um futuro como nação;que conta na construção do devir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromper o nosso processo histórico de formação de um Estado-nação. Marcos Costa, historiador e escritor, apresenta aos leitores, estudantes e pesquisadores o livro A História do Brasil Para Quem Tem Pressa, um resumo bem claro, objetivo e fluente que permite redescobrir o País e toda a riqueza e a complexidade da cultura brasileira. E, além disso, o escritor reuniu os mais importantes autores e obras da história, da economia, da sociologia e literatura, despertando para o estudo aprofundado de como e porquê o Brasil se tornou o que é. A obra trata de diferentes e longos períodos da história brasileira, desde antes do descobrimento até o século 21. Costa analisa a formação do País e de seu povo, os conflitos que atravessaram a história e os que ainda atingem a sociedade brasileira. De forma didática, busca entender as características das relações sociais e
raciais, e as razões dos atrasos econômico e político da nação.
Em meio milênio de história, partindo de uma constelação de Reitorias, de populações indígenas desgarradas; de escravos transplantados de outro continente, de aventureiros europeus e asiáticos em busca de um destino melhor, chegamos a um povo de extraordinária polivalência cultural, um país sem paralelo pela vastidão territorial e homogeneidade linguística e religiosa. Mas nos falta a experiência de provas cruciais, como as que conheceram outros povos cuja sobrevivência chegou a estar ameaçada. E nos falta também um verdadeiro conhecimento de nossas possibilidades, e principalmente de nossas debilidades. Mas não ignoramos que o tempo histórico se acelera, e que a contagem desse tempo se faz contra nós. Trata-se de saber se temos um futuro como nação que conta na construção do devir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromper o nosso processo histórico de formação de um Estado-nação.
Marcos Costa acredita no Brasil. Recusa-se ao conformismo de quem pensa que o país não tem escolha e que só lhe resta aceitar docemente as tendências espontâneas da globalização e não se abate com o caráter hercúleo dos desafios que devem ser enfrentados para a construção da nação. Ao transcender o marco do status quo, suas ideias representam alternativa criativa à discussão que circunscreve as opções da sociedade brasileira à escolha binária entre o modernismo acelerado dos neoliberais ou a nostalgia extemporânea dos nostálgicos neodesenvolvimentistas. Sua reflexão não aceita o beco sem saída que limita o debate sobre o futuro do Brasil a um estéril braço de ferro sobre o ritmo e a intensidade do processo de modernização dos padrões de consumo. Por isso, no momento em que o povo brasileiro busca desesperadamente resgatar o desenvolvimento nacional, Costa e suas referências bibliográficas, a exemplo de “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda, “Casa Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior, “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, “Os Donos do Poder”, volumes 1 e 2, de Raymundo Faoro, entre outros, devem ser lidos, relidos, estudados e debatidos.***__Rubens Shirassu Júnior, escritor e pedagogo de Presidente Prudente, São Paulo. Autor, entre outros, de Religar às Origens (ensaios e artigos), 2011 e Sombras da Teia (contos) 2016.
fonte: Rubens Shirassu Júnior
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