Ensaio sensual teria motivado a demissão de servidora legislativa
Data:22/02/2018 - Hora:07h55
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Niuara era assessora na Câmara de Vereadores de Cáceres e diz que está passando situações constrangedoras depois da divulgação das fotos, na rede social.
A jovem Niuara Jéssica Artiaga Silva, 29, supõe ter sido exonerada da Câmara de Vereadores de Cáceres, após participar de um ensaio fotográfico. Num relato publicado nas redes sociais ontem, (21), Niuara diz que tem passado situações constrangedoras depois que parte do ensaio foi divulgado na web. O ato de exoneração de Niuara, que ocupava o cargo de assessora de gabinete, foi assinado no dia 16 de fevereiro, dois dias depois que o fotógrafo responsável pelo ensaio divulgou uma das fotos.
A demissão foi publicada em diário oficial na terça-feira (20). Em seu relato, a jovem alega que tinha consciência dos possíveis assédios que viriam com a publicação do ensaio, mas que saberia lidar com a situação. Segundo Niuara, ela vem recebendo mensagens ofensivas e inconvenientes.
Niuara lançou o seguinte post em Rede Social – “Galera venho aqui expor uma situação constrangedora que venho passando em relação de ter realizado um ensaio fotográfico de Nu Artístico Feminino. Primeiro que fui exonerada do meu trabalho por ter feito o ensaio fotográfico. Segundo eu tinha consciência dos possíveis assédios e comentários in Box e eu sempre soube lidar com isso em razão de ter minha vida sempre exposta e com fotos diversificadas nas redes sociais. No entanto tem muito "Homem" sendo inconveniente e ofensivo querendo saber valores pra eu me sujeitar a uma saidinha, passeio, ou o famoso PG e até a compra das fotos!!
Só quero esclarecer que realizei um trabalho artístico para as lentes de um profissional que visou divulgação do teu trabalho enquanto fotógrafo, sem abono ou presentinhos por isso.
E venho informar que NÃO SOU GAROTA DE PROGRAMA como tem gente imaginando apenas por eu ter feito esse ensaio fotográfico.
Esse tipo de atitude infelizmente é uma conseqüência do machismo da nossa sociedade, que naturalizada a idéia de que mulheres estão sempre disponíveis e interessadas pelo ato sexual e ainda são consideradas vulgares.
Eu, enquanto MULHER, historiadora e assistente social devo sim levantar a voz contra o assédio sexual no contexto das redes sociais, e já informo as mulheres e homens que isso não tem nada haver com moralismo, e sim com o respeito. Por isso digo: mulheres não se sintam acuadas e intimidadas em fazer o que sente vontade ou para recusar um avanço sexual — seja ele ao vivo ou pelas redes sociais.
E tem mais: cantada invasiva pode ser considerada uma contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor, definida pelo artigo 61 da Lei de Contravenções Penais (Lei nº 3688/41) (*Texto adaptado. Artigo "Assédio sexual pelas redes sociais também pode ser considerado crime" de Patrícia Gnipper)
fonte: Da Redação
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