A questão da Outra
Data:15/02/2018 - Hora:08h18
As grandes reportagens ficam a dever com os detalhes das fofocas reais ouvidas nos pontos de ônibus, salões de beleza, bancas de jornais e demais point’s, onde os matracas e bocas de Matilde se revezam com os sabe-tudo. De futebol a política, das novelas aos demais fatos do cotidiano; pois bem, quer saber quem morreu, de quê, onde, como, ali estão os detalhes. Alguns, como desabafos comentados, outros pelo prazer de ser a fonte primeira, o leva e traz, pois eles trazem, mas levam também para outras paragens, o tal correio sem selo e sem sê-lo. Na lide jornalística, sempre estive alerta a tais fontes de informação depois que o amigo Dannyelvis, decano da imprensa me deu a dica e posso afirmar, nos salões de beleza, aliás, esta parte eu já sabia. Dentre os assuntos do saloon, o prato cheio de quase toda semana, o enfoque: traição; que fulana está sendo paquerada por fulano, que sicrana separou do dito-cujo que pulou cerca com a secretária etcétera e tal. E a personagem principal, a Outra, difícil, encontrar uma matriz que nunca teve uma filial, mesmo que passageira e os debates das comadres é: O que Fazer? Encarar? Esquecer? Conciliar? Dar o Troco? Já que chumbo (ou chifre) trocado não dói,...pra quem leva a coisa a sério, não dói, mas não cola. Se o parceiro, galinhão não respeita o seu território e busca galinácea em poleiros, no meu conceito, a mulher séria, a matriz, não deve se medir no mesmo nível; mesmo porque, a mulher com M maiúsculo, deve prezar sua independência e, sem Pena do Galinhão, curtir a sua vida sem vinganças, afinal, a Outra, continuará sendo sempre a Outra, mesmo, que o ingrato troque a esposa por uma nova conquista, ou a filial por uma sucursal, ela nunca deixará de ser sempre a Outra, entenderam? A esposa, como titular da prole, meeira do patrimônio adquirido na constância (por vezes nem tão constante assim) da união conjugal, (quiçá nem tão unida), numa eventual separação, na comunhão parcial dos bens excetua-se na partilha, os pré-nupciais. Se for o caso, parte pra outra, sem dar mole pra Outra e que ela, a intrusa, assuma o traste namorido. Como só de amores carnais e promessas nada se constrói, se necessário, vire a página suja do livro de sua vida, assim sem mea-culpa, a amiga estará em paz consigo, sem precisar de vingança, ódio, já que tudo o que você faz, um dia volta pra você, não é assim aquela trilha da novela? Então, deixe que cada um se arda na urtiga que procurou pra se coçar e como matriz, jamais o seu lar estará ameaçado por uma falência, não se podendo dizer o mesmo da Outra, que a vida cobra, sem precisar de duplicatas. ***___Rosane Michelis, jornalista, bacharel em geografia e pós em turismo.
fonte: Rosane Michelis
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