Educação por Natureza
Data:06/12/2017 - Hora:07h57
Sempre que caminho pelo centro de Cáceres, (é salutar andar pelo menos meia hora/dia, 15 horas por mês) circunspecta, fico meio revoltada com o que vejo nas calçadas, meio fio e leito carroçável, a maioria empestada de lixo, desde um papel de bala, uma guimba (bituca) de cigarro, sacos e sacolas plásticas, a restos de moveis danificados, jogados a esmo. Só pra exemplificar o dano nefasto de um destes descartes, a guimba, seu tempo de decomposição pode chegar a até cinco anos, principalmente se for jogada no asfalto. Sem contar o fato de que ela contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, o que prejudica o solo, contamina rios e córregos e entope tubulações e bueiros. Agora, imagina o leitor, o resto, que sujismundos jogam nas ruas e praças da cidade. E vem aquele critico de botequim que joga bitucas e copo plástico na rua, dizer que a culpa é da escola, que o professor não ensina direito como se deve respeitar o meio ambiente, que a escola virou depósito de alunos, etc. Com certeza este tipo de cidadão (pelo jeito, nada a ver com cidadania) pode até ter filhos, mas não é um pai exemplar e pra tirar o seu da reta, joga a culpa de sua omissão na escola, como se ela fosse uma extensão do seu quarto, sala e até da cozinha, quando cediço é, que a educação vem do berço. Ser pais (e aqui se inclua mãe) é ter a oportunidade e por que não dizer o dever de desempenhar a função do primeiro (a) professor (a) dos seus filhos, durante o tempo em que estiverem juntos, dialogando e observando como a criança está crescendo e moldando a sua personalidade. Já preconiza a pedagogia, que o conceito família é entendido como o grupo humano primário mais importante da vida racional, considerando função familiar como sendo a inter relação e a transformação real que ocorre no seio do lar, através de suas relações ou atividades sociais. Afinal é na família, que a criança passa, (ou deveria passar, claro) a maior parte de sua infância, pois na escola, (complemento educacional) ela vive apenas quatro horas por dia. Na educação familiar, não apenas podemos, mas devemos incluir como extensão, a ambiental, que deve permear as nossas ações no cotidiano quando de nossa relação/contato com uma pessoa, um animal, uma árvore, uma montanha, o ar, a água, um inseto, etc. Aqui, chegamos ao intróito, a questão do descarte, do lixo, a necessidade de sermos espelhos para nossos filhos, em ações e cobranças, mostrando o cuidado que devemos ter com tudo aquilo que produzimos, usamos e descartamos. Que estes cuidados devem ser redobrados para não gerar formas de poluição que possam prejudicar o meio ambiente e amanhã, uma boca de lobo entupida, causar uma inundação, com danos materiais, quiçá na casa do incauto critico que não fez sua parte, dando maus exemplos aos filhos. Muitos podem questionar a falta de tempo, que alguém precisa trabalhar pra bancar as despesas do lar, desculpa injustificada, pois mais vale a qualidade do que a quantidade de tempo com os filhos. Muitos pais que não podem ficar um tempo que consideram suficiente com os filhos, quando ficam, deixam que eles façam tudo o que querem sem disciplina. Esquecem, que para que os filhos tenham conhecimento e comportamento mais adequados extra-lar, é preciso ter disciplina dentro de casa e quem pode e deve através de exemplos e cobranças, sob pena de omissão, somos nós, os pais, a quem a natureza cobra e pune. ***___Rosane Michelis, jornalista, bacharelado em geografia e pós-graduação em turismo.
fonte: Rosane Michelis
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