Uma festa para todos os santos
Data:01/11/2017 - Hora:08h55
No dia 1º de novembro, a Igreja celebra a Festa de Todos os Santos para fazer memória àqueles que estão diante da visão beatífica de Deus, intercedendo por nós sem cessar. Para compreendermos um pouco melhor o sentido dessa festa, é importante mergulharmos na realidade da Igreja de Cristo, Seu Corpo Místico. A definição de Igreja é “a assembléia de todos os santos. A comunhão dos santos é precisamente a Igreja.” Complementando, o artigo seguinte diz: “Uma vez que todos os crentes formam um só corpo, o bem de uns é comunicado aos outros”. O bem de Cristo é comunicado a todos os membros” da Igreja. Existe uma comunhão de bens espirituais que uns podem transmitir aos outros, nossas orações, nossos pedidos, jejuns e sacrifícios podem se tornar um “fundo comum”. Os membros da Igreja são “os seus discípulos que peregrinam na terra (nós vivos); outros, terminada esta vida, são purificados (almas no purgatório); enquanto outros são glorificados, vendo claramente o próprio Deus trino e uno, como Ele é”.
As almas, nos três estados da Igreja, podem alcançar graças umas pelas outras. “A união dos que estão na terra com os irmãos que descansam na paz de Cristo de maneira alguma se interrompe; pelo contrário, vê-se fortalecida pela comunhão dos bens espirituais” Essas verdades a Igreja buscou na Sagrada Escritura. Nenhuma alma “fica dormindo” como interpretam alguns. “Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo” (Hb 9, 27); e também quando Jesus diz ao que foi crucificado junto com Ele: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23, 43). Também não fica inconsciente: “Estando ele (o rico, já após sua morte) nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio” (Lc 16, 23). São Paulo também distingue os habitantes no céu dos peregrinos nesta vida: “dobro meus joelhos diante do Pai, de quem recebe o nome toda família, no céu e na terra” (Ef 3,15).
No livro do Apocalipse, encontramos também uma passagem em que João vê os santos interagindo com o Senhor e lhes é pedido que aguardem até se completar o tempo de instaurar a justiça na terra: “Vi debaixo do altar as almas dos homens imolados por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra? Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para ser mortos” (Ap 6, 9-11). Fica claro que, após a morte, a alma que alcançou as graças de Deus e se foi para junto d’Ele está intercedendo pelos vivos, e não aguardando que Cristo venha, em Sua segunda vinda, para só então “despertar”.
Costumo dizer que nós pensamos ser devotos dos santos, mas se repararmos bem, desde antes de sabermos alguma coisa sobre um deles, eles já estavam cuidando de nós. Com certeza, o céu se antecipa quando nos tornamos devotos de um santo, e descobrimos que ele já estava movendo o coração de Deus em nosso favor. Todos os santos, rogai por nós! ***___Missionário da Comunidade Canção Nova, Sandro Arquejada é formado em Administração de Empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP).
fonte: Missionário da Comunidade Canção Nova
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