O Bullying do Poder
Data:27/10/2017 - Hora:09h52
Reprodução Web
Muito se discute sobre casos de bullying no ambiente escolar, bem mais comuns do que se pensa, consoante dados de 2015, da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), que aponta que 7,4% dos 2,6 milhões de estudantes que cursaram o 9º ano do ensino fundamental, algo em torno de 195 mil alunos, afirmaram ter sofrido bullying por parte dos colegas. Entre os que se sentiram humilhados, os principais motivos de chacota foram a aparência do corpo (15,6%) e do rosto (10,9%) e o índice de alunos que admitiram já ter chantageado o colega, espalhado boatos ou criado apelidos pejorativos consegue ser ainda maior: 19,8%. O leitor deve em sua infância ou juventude, quiçá até na fase adulta ter sido alvo de gozações de colegas e retrucado numa boa, sem apelar, pois é isso, que o abusado do debochador quer, um motivo para briga e quando um não quer, dois não brigam. O apelido quando pejorativo pode gerar uma revolta silenciosa na vitima com as mais variadas conseqüências, dependendo muito de cada indivíduo. Já dizia o famoso cômico gaucho Mixaria, que o problema do apelido, é a reação, se não gostar, aí é que ele pega pra valer. O conselho é não ligar pra idiotice do outro, que perde a graça e cai no esquecimento, é a tática mais simples e eficaz, sem as discussões técnico-científicas de psicólogos de divã e os cambaus. Com essa postura do alvejado pelo petardo bocal, evita-se as iminentes conseqüências bullyinicas, que trariam dissabores tanto para o agressor quanto para a vítima. Veja o caso dos políticos: pra ficarem mais simpáticos aos eleitores, criam apelidos até bizarros, inclusive registrando-os na justiça eleitoral, destacados nos “santinhos” e na urna eletrônica. Tem o Zé Capeta, o Mandioca, Chico Corno, Zefa da Zona, Bilau Torto, Finado, Boca Mole, etc. E ninguém briga quando é chamado em comícios, reuniões, convenções, sinal que politicamente a questão de bullying é mais complexa, o povo leva na tarraqueta, e a única chance de reagir é nas urnas, mas infelizmente, milhões de analfabetos políticos vendem seu voto por uma merreca e o país que se exploda. Trocando em miúdos, se alguém chamar um eleitor vendido de miserável, ele fica valente, diz que é bullying e pode até matar o desafeto, mas se o político o trata como tal, ele lambe as suas botas e troca o voto por uma cesta básica. A escola, lugar onde dever-se-ia formar caráter do cidadão, imunizando-se contra eventuais bullyings, anda meio na contramão da educação, embora didaticamente se sabe que tanto aqueles que praticam bullying quanto os que sofrem estão mais sujeitos a tirar notas baixas, faltar às aulas e a largar os estudos que aqueles que não têm relação conflituosa com os colegas. Não se pode exigir muito das escolas, também vitimas do bullying financeiro do governo. Pouco importa que haja no país desde o dia 9 de fevereiro de 2016 uma lei que obrigue as escolas a combater o bullying; antes disso seria imprescindível, que houvesse acima de tudo, o respeito do governo à educação, a mercê de um ministério falido em todos os sentidos. Este é o principal bullying, que no cotidiano, mata a formação das gerações futuras, sem punição de seus algozes gravatinhas nos palácios de Brasília.
fonte: Da Redação
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