Vila da Dona Maria
Data:09/10/2017 - Hora:10h12
Um pouco de história não faz mal a ninguém, sobretudo, quando falamos daquela cidade que guardamos a sete chaves no lado esquerdo do peito, a nossa mãe adotiva Cáceres, então vamos lá: A vila de São Luís de Cáceres foi fundada em 6 de outubro de 1778 pelo tenente de Dragões Antônio Pinto Rego e Carvalho, por ordem e determinação do quarto governador e capitão-general da capitania de Mato Grosso, Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, com o nome de Vila-Maria do Paraguai, em homenagem à rainha reinante de Portugal. E Cáceres, a Princesa que virou Rainha, conforme a letra da musica de Lorde Dannyelvis, que complementa, a estrela fronteiriça que fulgura sentinela do Brasil colonial, sempre será princesa; a Princesinha do Paraguai, cicerone da ante-sala do pantanal. Historiadores atribuem à Dona Maria, o cognome de Rainha Louca, porque em 1792, ela manifestou pela primeira vez a sua instabilidade mental; sete anos depois, em 1799, devido ao agravamento da sua doença mental, seu filho D. João (que veio a ser o VI) tornou-se Regente do Reino; e Dona Maria morreu em 1816, quando a Vila Maria do Paraguai, comemorava 46 anos de fundação. Na vila embrião da futura Cáceres, o povo a chamava de Piedosa e os padres, madres e freis que aqui pastoreavam ajudando os carentes, a tratavam de Majestade Fidelíssima, título que herdou de seu avô D. João V, atribuído pelo Papa Bento XIV, ao monarca e aos seus descendentes. Dona Maria reinou durante 15 anos, e a obra que deixou, que nos escusem alguns historiadores, o legado que ela nos deixou, não foi a de uma rainha louca. Pelo contrário, reinou com muita lucidez, e quando essa lucidez se esvaeceu, foi sabiamente afastada da governança. (fato que não ocorre ultimamente no reino tupiniquim). O termo Rainha Louca, dá-nos a sensação de que fomos governados por alguém que não estava na posse das suas faculdades mentais, o que não é verdade. É manchar a memória de uma Rainha, que foi piedosa, e nem mais nem menos devota do que todas as outras rainhas européias, damas da corte, senhoras fidalgas, da burguesia ou até do povo, porque, na verdade, a instituição Igreja, com sede em Roma, estava de tal modo enraizada na vida e na política dos reinos, que praticamente era ela que reinava. Dona Maria I era uma mulher extremamente sensível, delicada, dada às artes, de gostos refinados. Com certeza, alvo dos antimonárquicos, que criticavam a faustosa corte de D. João V, conhecido como o Rei Sol português, semelhante em tudo às outras faustosas cortes européias, esquecendo-se aqueles, de que os governantes portugueses atuais (não só além-mar, mas aquém, ôpa!) usufruem ainda de faustosos Palácios desses tempos. Sua alteza Dona Maria, mãe de Dom João VI, teve sim, por direito, justiça e merecimento, as benesses do reino e sua fatalidade não desmerece seus atos pios, dos quais, a mais justa homenagem com certeza, foi a nominação à Vila que floresceu sob as bênçãos de São Luiz, tornando-se a nossa Cáceres, que hoje comemora 239 anos de trabalhos, lutas, perseverança, amor e progresso.
fonte: Da Redação
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