Gregos, Portugas e Safados
Data:06/09/2017 - Hora:06h24
Reprodução Web
A palavra propina, vem do latim, propinare, “dar de beber”, um costume popular entre os gregos ao levantar a taça em brinde, beber, apenas, uma parte do seu conteúdo, daí deve ter surgido aquela que a gente joga pro santo. Ah, que tempos heróicos aqueles, quando propina era, apenas, uma sobra de vinho... e como portuga gosta de vinho, de além-mar veio o costume propinare no conceito tanto lá como cá, que foi sendo ampliado, chegando aos absurdos atuais. Voltando o disco, no dia em que Dom João desembarcou no Rio de Janeiro, em 1808, ele recebeu “de presente” de um traficante de escravos a melhor casa da cidade, no mais belo terreno. Ceder a Quinta da Boa Vista à família real assegurou a Elias Antônio Lopes um status de “amigo do rei” e foi seu visto de entrada para os privilégios da Corte. Nos anos seguintes, como conseqüência, ele ganhou muito dinheiro rapidamente, além de títulos de nobreza. E diz o fanfarrão patriota, que se dane o mundo e os Raimundos, com certeza, porque ignora que a dita independência patropi custou aos brasileiros, dois milhões de libras esterlinas. Um alto preço para época onde o país vivia no contexto histórico de ser colonizado e sem dinheiro para quitar sua independência. Com certeza, a histórica dívida externa brasileira teve sua origem, quando o monarca brasileiro, se viu obrigado a pedir a Inglaterra para entrar no processo de negociação da bilionária indenização cobrada por Portugal ao Brasil. E assim, por alguns anos, o Brasil se livrou subserviência política de Portugal, mas ficou preso às ordens inglesas, tornando-se um país exportador de matéria prima e importador de todos os produtos manufaturados preferencialmente dos ingleses. Exploração, propinas, coisas de políticas milenares no planeta, secular no reino tupiniquim, sem muitas diferenças nos governos do século XXI, exceto, umas garibadas inovadoras, tipo, rouba e delata, afinal, uma tornozeleira não pesa tanto quanto pacotes de dinheiro no bolso, nas meias, em malas e os cambaus! E para os céticos, a consciência desse pessoal mão leve, também é leve qual pena, qual sentença de 120 anos de prisão, cumprida alguns meses e o restante na mansão, na fazenda gastando o remanescente. E que remanescente! Pra quem desviou ou recebeu milhões em negociatas, devolver a metade já é um lucro danado, então, truco, que o negócio é antigo e com os acordos das delações, trouxa quem não entrar no grupo. Quer saber, este papo de propina tem raiz no Cabral de 1.500, nas surubas de Jucas, sem assento mesmo, mas com acentos no trono. Já no reinado, Dom Pedro enfrentou problemas na Assembléia, palco de várias escaramuças, entre as quais, a criação da primeira Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os ministros da monarquia nascente. Caso os ministros fossem considerados culpados, D. Pedro seria obrigado a demiti-los e o Imperador empenhou-se pessoalmente na defesa dos seus ministros e, teria chegado a pagar pelo voto de alguns deputados, prática que se arrastaria até chegar ao nosso estimado presidencialismo. Nenhuma semelhança com fatos atuais é mera coincidência, assim como o VLT da época, lembram do Barão de Mauá? Pois sim, a proximidade entre D. Pedro e o Barão de Mauá e no início de 1850, com o beneplácito do Imperador, o barão em dois anos agregou aos seus negócios o Banco do Brasil refundado, um ferrovia, uma empresa de navegação e ainda recebeu a concessão de vários serviços públicos. Sua fortuna era superior ao orçamento do Império. Amanhã é o dia, dia da gente refletir muito neste papo de independência, mas Cala a boca, Batista, e cuidado com o Wesley! Será que tem algum Safadão gravando?
fonte: Da Redação
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