Cacos da Caixa Preta
Data:02/09/2017 - Hora:08h36
Reprodução Web
Recentemente tivemos a chance e o privilegio de ler o trabalho do Juiz federal Nagibe de Melo Jorge Neto: Abrindo a Caixa Preta, livro que aborda com conhecimento de cátedra, porque no Brasil, a Justiça tarda; os poderosos muito raramente são punidos; sonegar tributos é quase permitido; negros, pobres e analfabetos são a maioria da população carcerária; um processo pode demorar anos e anos e como é difícil ter os próprios direitos respeitados, mas, com um pouco de astúcia, é fácil escapar aos rigores da Lei. Concordamos plenamente com o magistrado, quando ele diz que a polícia prende e a justiça solta e que paira a sensação de que a Lei não é igual para todos. Com a vênia do ínclito jurista, apenas lembramos, que não é bem a justiça que liberta o criminoso, são as leis e no caso dos poderosos, a influencia política, que embora alguns discordem, influencia sim, a justiça mais do que seria adequado. Daí, os questionamentos, que o livro nos deixa:
Por que somos tão assustadoramente injustos? Por que o Brasil é o país da impunidade? Por que as leis não são cumpridas? Os arquivos reais nos mostram no cotidiano, que em muitos casos, elas realmente não são cumpridas, acreditamos, pelas brechas dos legisladores, que as criam, votam e sancionam, como salvaguarda legal de suas falcatruas. Senão vejamos: A Policia Federal prendeu em 2008 o banqueiro marajá tupiniquim Daniel Dantas, condenado a 10 anos de prisão, teve sua pena anulada; em 2009, foi a vez da dona da boutique de luxo Daslu, Eliana Tranchesi, condenada a 94 anos e 6 meses de prisão pela juíza Maria Isabel do Prado, da 2ª Vara da Justiça Federal, por crimes como formação de quadrilha, descaminho, morreu em liberdade, três anos após a condenação, que a deixou só uma semana atrás das grades. Vão vendo, em 2016, o empresário (bicheiro) Carlinhos Cachoeira foi preso, apesar de já ter sido condenado, em 2012, a penas que somavam 39 anos e oito meses por crimes como peculato, corrupção e formação de quadrilha. Ficou apenas nove meses atrás das grades e ganhou a liberdade. E a fila anda, três anos depois de ser preso pela Operação Lava Jato, Alberto Youssef, condenado a 122 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, depois de 2 anos e 8 meses de prisão em regime fechado, deixou a prisão. Premio de consolação, mais quatro meses em casa, com uma tornozeleira eletrônica, e depois, liberdade. Dirão os leitores, ora, o benefício decorre do acordo de colaboração premiada que fechou com a força-tarefa do Ministério Público Federal. Acontece, que ele, não era primário, em 2004, foi condenado por participar de um esquema de empréstimos fraudulentos envolvendo o Banco do Estado do Paraná o famoso Caso Banestado, quando fez o primeiro acordo de delação premiada do Brasil. Coincidentemente, pelo mesmo juiz Sergio Moro, que o condenou a sete anos de prisão por corrupção ativa, mas com a delação cumpriu apenas um ano e se livrou de outras acusações. Então amigos, apenas alguns casos nos levam a refletir a questão da justiça no patropi, refém de leis esdrúxulas e anacrônicas, manietando togados. São tais leis conduzindo operações, que na Mãos Limpas da Itália, levou ao poder Berlusconi; no Brasil, levou Eduardo Cunha à presidência da Câmara; no ritmo seletivo da Lava Jato, a entrega do pré-sal a estrangeiros, nos levando a questionar, eerá que é pedir demais que se combata a corrupção no Brasil como um todo, para haver mudanças de fato, e sem lesar a pátria?
fonte: Da Redação
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