Balaio de Gatos: Silval diz que gravoua entrega de propinas
Data:25/08/2017 - Hora:07h42
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Na lista da delação do ex-governador, ninguém escapa, desde políticos, conselheiros e empresários, todos dedurados de receber propina, alguns gravados.
O governador Silval Barbosa (PMDB) revelou, em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), que o senador Wellington Fagundes (PR) e outros políticos, além de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) e empresários, receberam parte do dinheiro desviado das obras de infraestrutura. A maioria das fraudes ocorreu por meio do programa MT Integrado, lançado em 2013 no governo de Silval.
Em nota, Wellington Fagundes afirma desconhecer o teor das afirmações do ex-governador à Justiça e que irá se posicionar quando tiver acesso à delação premiada. Segundo o ex-governador, houve fraude desde as licitações até a liberação de recursos e fiscalização das obras.
À época das fraudes, o MT Integrado era gerido pela extinta Secretaria Estadual de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), cujo secretário era Cinésio Nunes, que, de acordo com Silval, tinha sido indicado ao cargo pelo então deputado federal Wellington Fagundes.
O ex-governador disse ter sido pressionado por Fagundes para o pagamento de "vantagens indevidas". Com isso, Silval afirmou ter autorizado o então secretário a repassar para o atual senador um percentual dos valores pagos pelo estado para construtoras que atuavam no programa MT Integrado.
De acordo com Silval, eram poucas as empresas contratadas pelo estado que não pagavam propina para atuar no governo. Algumas abasteciam acordos paralelos com integrantes do governo e outras enchiam o "caixa dois" de campanha de deputados estaduais.
Mas, além dos políticos, ele disse que houve pressão da Assembléia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e do TCE-MT para que houvesse o repasse de propinas relativas às obras em rodovias.
Em nota, o TCE alegou que a fiscalização de obras obedece a critérios técnicos e que as auditorias são realizadas por auditores públicos externos, com independência funcional.
Os deputados teriam procurado o então governador para cobrar propina para que não criassem obstáculos durante o andamento das obras da Copa. Na ocasião, ficou decidido que os parlamentares receberiam de 3% a 4% dos R$ 400 milhões para as obras do MT Integrado. Foram pagos R$ 600 mil para cada um deles. O dinheiro era entregue pelo então chefe de gabinete de Silval Barbosa (PMDB), Silvio Corrêa. De 8 a 10 deputados foram gravados recebendo propina.
fonte: G1-MT com Redação
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