Artesão da agulha e linha o alfaiate desafia o tempo
Data:23/08/2017 - Hora:09h01
JCC
Contrariando a velocidade do que é exibido em larga escala nas vitrines das "fast fashions", os artesãos da linha e agulha ainda se debruçam na confecção do terno.
Não há pessoa mais saudosista do que o alfaiate, acostumado a produzir roupas com cortes impecáveis e traído pelos tempos modernos, afinal, o homem moderno não é tão elegante como aquele bem vestido, em eventos, ou desfilando no footing de braços dados com a namorada. Nas ultimas décadas, a maioria, na praça, e até mesmo na missa, vai de chinelo, bermuda e camiseta, sem nenhuma preocupação com a elegância, o homem ficou largado, dizem os estetas da elegância, os alfaiates, fiéis aos trajes White-Tie, ou traje de gala; o Black-Tie, ou traje à rigor, habillé, tênue de soirée, com smoking de cores neutras e o Formal, conhecido no Brasil como passeio completo, traje social, social completo, com um pouco mais de flexibilidade.
Coisas dos anos 50 e 60 do século XX, quando uma gravata valia muito no dia a dia masculino, e nas praças, clubes, cines e eventos, e Cáceres não era diferente. O modernismo amarrotou tudo aponto de ser elegante usar uma calça rasgada nos joelhos, mas nem por isso o alfaiate Guilherme Ramos, 28 anos na profissão, desistiu do ofício, que seus filhos não quiseram aprender.
Conforme Seu Guilherme, ultimamente, as lojas de confecções são mais acessíveis ao consumo e não compensa fazer um terno pelo preço dos magazines, então, o alfaiate vai se virando nos reparos de roupas, vez por outra, um terno pra casamento, concordando que realmente, a arte de produzir uma roupa com corte impecável, com aqueles pontos calculadamente feitos à mão, que alinhavam a senha para o resultado com caimento perfeito, não é mais tão valorizada.
E assim, entre um conserto e outro de roupas, a confecção eventual de um terno, Seu Guilherme Ramos, que não cedeu às alfinetadas que propagaram o fim da roupa sob medida, segue a vida, sentado à máquinas de costura, esquadros de madeira, réguas, tesouras e um ferro de passar, daqueles antigos, quase uma extensão de suas mãos, sobrevive com dignidade e lealdade à profissão e mantendo as portas abertas, ali na Rua Comandante Balduino, esquina com Rua Porto Carrero, abertas.
fonte: Da Redação
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