Balançando Pindurado
Data:11/08/2017 - Hora:07h46
Reprodução Web
O prontuário do denunciado, Ivo Nascimento de Campos Pitanguy, no Detran-RJ, tinha 23 folhas, com 70 multas aplicadas nos últimos 5 anos, o que dá mais de 240 pontos na carteira, 14 multas por dirigir embriagado e após atropelar a vitima, sem que houvesse qualquer risco pessoal a sua pessoa, deixou de prestar socorro ou solicitar auxílio das autoridades públicas competentes. O preâmbulo, faz parte da denuncia do Ministério Público, e, injustiças da justiça, ele foi condenado a 4 anos e 8 meses de prisão, que não vai cumprir, ratificando a assertiva de que continuamos sendo o país do oba-oba, das injustiças da justiça mais cara e mais falha do mundo. Uma forma constrangedora para nós que cursamos ciências jurídicas numa faculdade e não temos motivo algum, para comemorar este 11 de agosto, o Dia da Justiça, (onde?), do advogado e do garçom. Este último ainda ficava com a vaquinha dos pinduras, após as 12 badaladas, ante a cara feia do dono do restaurante, mas o artigo 176 do CP, acabou também com os caraminguás do Zé da bandeja. Mas, o 11 de agosto não deixa de ser um dia pra gente filosofar um pouco sobre a nobre (ultimamente pobre) vida do profissional que realiza a representação e a defesa dos interesses de pessoas físicas ou jurídicas em juízo. Quiçá, por isso, a advocacia se tornou um encargo público, compondo um dos elementos da administração democrática do Poder Judiciário, mas neste século XXI, que Santo Ivo nos perdoe, sem exagero algum, a classe encontra-se em extinção. Vai vendo, a gente se rala cinco anos nos bancos de uma faculdade, paga pra trabalhar, (se dever pra OAB, pode ser MBA em direito, que não é advogado) e ainda concorre com os samaritanos. São os plantões judiciários, os escritórios de faculdades, os defensores públicos, os cartórios, e o que sobra pro advogado? Aluguel do escritório, secretária, mensalidade da OAB, e os cambaus, daí, os colegas se juntar em grupo pra sobreviver neste mundão de desigualdades, onde pulamos do barco de Thêmis, para abraçar outra profissão também inglória, o jornalismo. A terceira formação, a musica, usamos como hobby, que nos consola das mazelas do podre reino tupiniquim e nos permite levar alegria a outrem. A injustiça supra mencionada é apenas um exemplo, no advento da lawfare, que fez muitos dos colegas desacreditar na justiça brasileira, (nada contra a quase maioria dos magistrados, reféns de leis anacrônicas) cujas brechas beneficiam os poderosos, via delações hiper-premiadas, linguagem de malandros oficializando indícios como provas e liberando com tornezeleiras eletrônicas como brinde. E tem quem diga que somos sortudos pois temos dois dias para comemorar,este 11 de agosto, da criação do primeiro curso de direito do Brasil, por D. Pedro I em março de 1828 e o 19 de maio, o dia do nosso padroeiro Santo Ivo que faleceu neste dia em 1303. Pra quem não sabe o peso da balança, fácil falar, mas apesar de tudo, ad.argumentandum tantum, congratulações aos colegas advogados de Cáceres, pela efeméride.
fonte: Da Redação
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